Auxílio emergencial do governo federal reduziu a pobreza, mas o alto custo torna sua manutenção inviável
Pesquisa comandada pelo sociólogo da Universidade de São Paulo (USP) Rogério Barbosa aponta que, com o auxílio emergencial — popularmente conhecido como coronavoucher — distribuído pelo governo federal durante a pandemia, o Brasil alcançou o menor patamar de desigualdade social da História.
De acordo com especialistas, sem o benefício, a crise provocada pelo coronavírus teria feito o Brasil retroceder aos mesmos níveis de concentração de renda de 50 anos atrás.
“Foi uma queda (da desigualdade) sem precedentes. Se não houvesse o auxílio, todo o esforço redistributivo dos últimos 25 anos teria se perdido”, reflete Barbosa.
Segundo dados do governo, 60 milhões de brasileiros receberam o coronavoucher, entre desempregados e trabalhadores informais, a quem o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma chamar de “trabalhadores invisíveis”.
Contudo, o custo de manutenção do auxílio emergencial é alto, cerca de R$ 50 bilhões mensais.
Para não permitir que a desigualdade retorne com o fim dos recursos, Guedes apresentou, na reforma tributária levada ao Congresso, maneiras de implementar rapidamente um novo programa social federal, o Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família.
Roberta Ramos, Revista Oeste