Em nota publicada no site de sua agência de notícias, o Vaticano afirma que o rosário entregue na segunda-feira (11) ao ex-presidente Lula não partiu de uma decisão do papa Francisco ou da cúpula da Igreja. Trata-se, segundo a Santa Sé, de uma prática comum.
Na segunda, o advogado argentino Juan Grabois, amigo de Lula, foi a Curitiba levar o terço ao presidente. Próximo ao papa conterrâneo, ele é conhecido por seu trabalho com movimentos sociais na Argentina, como o Movimento dos Trabalhadores Excluídos, do qual é um dos fundadores.
O comunicado explica que Grabois é ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão integrado em 2016 ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
O advogado não foi autorizado a se encontrar com Lula por não ser um teólogo ou um sacerdote. O petista tem recebido encontros de religiosos às segundas-feiras.
O Vaticano afirma que Grabois nunca disse que foi orientado pelo papa a entregar o rosário. O item, diz a nota, "simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido 'abençoado' pelo Papa".
"Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares", afirma a Igreja.
Procurado pela Folha, o ministro-conselheiro da embaixada do Brasil no Vaticano, Adriano Silva Pucci, disse desconhecer a entrega do rosário ao ex-presidente Lula.