Votar foi uma expressão cidadã que surgiu na Grécia clássica. Em 508 AC, os gregos criaram a ‘eleição negativa’. Era o seguinte: os atenienses pegavam óstracos, ou seja, fragmentos de cerâmica, nos quais escreviam o nome do político que queriam banir por dez (10) anos. O pobre do sujeito que recebesse 6.000 (seis mil) óstracos tinha que partir para o exílio. Não atingindo os óstracos necessários, paciência, o sujeito continuava em sua cidade, mas já sabendo quantas pessoas queriam vê-lo pelas costas. Claro que essa é a origem de ostracismo.
Confesso que às vezes me surpreendo a invejar os gregos… Não sendo possível, parto para o passo mais importante diante de uma eleição como a que vem por aí: votar é escolher. Escolhemos entre os muitos candidatos de inúmeros partidos, o que mais desperta a nossa confiança, aquele que mais atende nossos anseios para o futuro. O que receber mais votos ganha. Essa é a eleição positiva, que herdamos da Sereníssima, a fantástica República de Veneza.
As eleições estão aí. Muito perto. Votar é a oportunidade que temos de aprimorar nosso país. É uma tremenda de uma responsabilidade. É nosso dever escolher bem, nos informar sobre cada candidato, procurar conhecer o programa de governo que oferece, qual a base de seu pensamento político, o que promete para o Brasil. E, mais importante que tudo, qual foi sua trajetória até aqui.
Votar é um direito, uma obrigação e, repito, uma tremenda de uma responsabilidade. Mas, maior que a responsabilidade do eleitor, é a dos partidos que lançam os nomes que receberão nossos votos. Fico revoltada diante da aparente pouca importância que os partidos políticos dão ao futuro de Brasil. A lista de candidatos ao cargo máximo da Nação, neste ano de 2018, é um tanto quanto assustadora.
Mais do que nunca, é bom levar a sério o conselho do grande estadista prussiano Otto Von Birmarck (1815/1898): “Cuidado. As pessoas nunca mentem tanto quanto depois de uma caçada, durante uma guerra ou antes de uma eleição”.
Alguém duvida da opinião de Bismarck?
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora
Com Blog do Noblat, Veja