segunda-feira, 25 de junho de 2018

"Recurso", por Miranda Sá

O processo jurídico no Brasil é um hímen complacente, elástico, permissível para uma penetração que mantem a virgindade da Justiça…. No processo, isto se chama recurso; ação de criminoso condenado e preso, que se repete indefinidamente conforme a natureza da demanda e do dinheiro disponível do réu para manter advogados caros.
O “Recurso” como verbete dicionarizado é um substantivo masculino definido como ação de recorrer, pedir ajuda; auxílio; e no sentido figurado, como o que abriga, refugia; consolo.
No campo da Justiça, significa o meio usado para contestar uma sentença judicial; e são usados diversos tipos de recursos, embargos (com várias manifestações), agravo, apelação, recurso especial, recurso extraordinário, dentre outros…
Para o tuiteiro Samuel Peixoto, estudioso dessas sentenças, “a palavra é postergação”. Isto é, adiar ou deixar para trás os julgamentos.  Concordamos com ele ao apreciar o que vem ocorrendo com relação ao corrupto Lula da Silva na sua defesa masturbatória para escapar da condenação.
Esta ação protelatória que se aproveita de uma legislação leniente com os delitos e os delituosos nos leva a pensar a outros usos da palavra “recurso”, traduzida no português castiço como “casa de furnicação” e em linguagem popular como bordel, casa de prostituição, casa da luz vermelha, casa das primas, prostíbulo.
Antigamente havia mais requinte nesta referência com uma expressão francesa, rendez-vous, local para encontros, referindo-se à zona do meretrício e, quando oferecia entretenimentos, salão de dança com música ao vivo, era cabaré…
O escritor Jorge Amado tornou famoso um lupanar baiano da época dos coronéis do cacau, o “Bataclan”, e digno de registro pela divulgação internacional, o “Cabaré de Maria Boa”, em Natal, tornado célebre na 2ª Guerra Mundial.
No começo da década de 1940, foi instalada em Parnamirim, Rio Grande do Norte, uma base militar norte-americana e a capital do estado fervilhava de militares americanos e brasileiros e aviões, hidroaviões e jipes faziam parte do cotidiano, conforme descreve o historiador José Correia Torres Neto.
Então, os natalenses e seus visitantes conviviam com o Cabaré de Maria Boa onde além das prostitutas, os clientes podiam saborear cerveja gelada em mesas ao ar livre e ouvir e dançar ao som das “big-bands” norte-americanas.
Um fato curioso da época, que não é capitulado nos livros de História do Brasil, foi a homenagem que a cafetina paraibana Maria Boa recebeu dos aviadores brasileiros e americanos, com o batismo do seu nome numa “Fortaleza Voadora”, o B-25, com a versão de “Mary Good”.
Informada disto, Maria Boa não acreditou, sendo por isto levada por jovens militares à Base, onde lhe mostraram a aeronave em que foi nomeada ao lado do registro numeral do avião, 5079. Segundo comentários da época suas lágrimas rolaram de alegria.
Lula da Silva, o cafetão que montou um lupanar para as empreiteiras nas empresas estatais, encena um show de recursos – que chegam às dezenas, curiosa e apressadamente, ao STF –, com esta insistência ele ambiciona ter seu nome dado à sala de um tribunal, para agradar os exploradores das obras públicas, controladores dos fundos de pensão e marqueteiros ilusionistas. com Chico Buarque cantando “Cabaré”, na inauguração…