Há risco de faltar diesel entre 30 e 60 dias se o mecanismo de subsídio ao importado não ficar claro, ou caso a compra no exterior não seja vantajosa dado o controle de preços no país.
O alerta é de um alto executivo de uma importante empresa do setor, que se manifestou sob a condição de anonimato. Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, já havia afirmado que também haverá subvenção ao importador.
Quem importava eram as distribuidoras. Por que farão isso agora caso possa comprar a um preço menor aqui do que fora, pergunta-se o empresário ouvido pela coluna.
O intervalo entre o momento em que se faz a ordem de compra internacional e a chegada do produto é de cerca de um mês.
Outra mudança prevista é a criação de um preço de referência do diesel no Brasil—cada vez que estiver abaixo desse patamar, haverá uma taxação extra sobre o importado.
Há, de fato, chance de faltar combustível, diz Adriano Pires, do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
“Existe o risco, isso vai depender do preço de referência e do mecanismo dele, se será um para cada região ou para o país inteiro.”
“Existe o risco, isso vai depender do preço de referência e do mecanismo dele, se será um para cada região ou para o país inteiro.”
A decisão sobre o preço de referência deverá se tornar pública nesta quinta-feira (7).
O volume de diesel importado em 2017 foi o equivalente a 23% do consumo, segundo a ANP. O tema foi tratado em uma reunião no Ministério de Minas e Energia na sexta-feira passada (1º).
Ver o que é... Setores do empresariado agrícola foram os mais explícitos no apoio aos caminhoneiros, por enxergarem ganhos em potencial com a redução do preço do diesel ao consumidor final.
...bom pra tosse Com o tabelamento do frete, porém, sentindo-se prejudicados pela alta dos custos, tornaram-se os críticos mais azedos às medidas, dizem executivos de outras indústrias.
Um em cada quatro usou rotativo do cartão, diz SPC
Mais de 25% dos consumidores brasileiros utilizou o rotativo do cartão no mês de abril, segundo o SPC Brasil e a CNDL (confederação de lojistas).
A modalidade registrou 334,5% de juros ao ano em maio, uma das maiores taxas do mercado.
Cerca de 60% das operações realizadas com esse meio de pagamento foram compras em supermercados, seguidas de gastos com remédios (43%) e combustíveis (36%).
É preocupante o uso de cartões para despesas do dia a dia, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do birô.
“O controle de gastos é mais difícil quando se faz várias compras pequenas com frequência. O pagamento, nesse caso, deveria ser à vista.”
As novas regras para o rotativo, que entraram em vigor em 1º de junho, não devem afetar o recurso a esse tipo de empréstimo, afirma.
“Não há nada nas normas que faça o consumidor controlar sua fatura, por isso não deve haver redução expressiva do número de usuários”.
Por menos livre escolha
Permitir que consumidores tenham sempre o direito de escolher em qual oficina preferem consertar seu carro após é um dos maiores obstáculos à expansão dos seguros simplificados, afirma Murilo Riedel, presidente da HDI.
Entram nessa categoria produtos que oferecem apenas cobertura contra roubo ou que permitem o uso de autopeças não fabricadas por montadoras.
“Somos obrigados por lei [a oferecer livre escolha]. Isso se torna um empecilho para oferecermos soluções mais baratas ”, afirma o executivo.
“Algumas oficinas dizem que não trabalham com peças que não sejam das montadoras, por exemplo. No final, coloca-se uma peça original mais cara e a lógica do produto simplificado é quebrada.”
Consolidação química
O mercado de aquisições no setor químico deverá continuar aquecido em 2018, mas o ciclo de megatransações dos últimos anos se encerrou, segundo a consultoria A.T. Kearney.
Cerca de 61% dos executivos e investidores ouvidos pela empresa globalmente afirmam que o número de compras deverá ser maior que em 2017, diz François Santos, sócio da companhia no Brasil.
“Sobraram poucos alvos com valor acima de US$ 10 bilhões. Um deles está justamente no Brasil [a Braskem, avaliada em US$ 11,4 bilhões]”, afirma.
“As grandes fusões recentes forçaram alguns desinvestimentos, que ainda vão gerar negócios.”
A tendência é de estabilidade no número de transações deste ano em relação a 2017, com cerca de 600 aquisições, segundo Alessandro Ribeiro, sócio da consultoria PwC.
“Há muito espaço no mercado brasileiro [para consolidação], sobretudo em plásticos e fertilizantes.”
Acelera A Ambev lançará um programa para startups, empreendedores e pesquisadores. Um projeto será escolhido como piloto.
Moeda... A Mosaico Digital Assets, de ativos digitais (criptomoedas, entre outros) vai investir R$ 20 milhões nos próximos doze meses.
...digital O aporte irá para projetos como um centro de treinamento e pesquisa de tecnologia blockchain e uma corretora de criptomoedas.
Maria Cristina Frias, Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott, Folha de São Paulo