Em sua primeira comunicação aos funcionários da Petrobrás como presidente da estatal, Ivan Monteiro recorreu à carreira de funcionário público do Banco do Brasil e dos seus gostos e fatos pessoais para tentar uma aproximação com o quadro técnico. A estratégia usada na intranet foi a mesma do antecessor Pedro Parente, de se comunicar de forma descontraída e, por fim, assinar apenas o primeiro nome. Num texto de dez parágrafos, Monteiro ainda enfatizou a necessidade de a empresa se posicionar frente à crise dos combustíveis e de dar continuidade à recuperação financeira e da capacidade de investimento da estatal.
"Temos que agir para mostrar à sociedade brasileira que sabemos de nossa responsabilidade em contribuir para uma solução para a grave crise que o País viveu com a greve dos caminhoneiros, ao mesmo tempo em que mantemos a nossa capacidade de investir, de crescer e continuar construindo o futuro da Petrobrás", afirmou.
A principal mensagem é de continuidade do trabalho que estava sendo desenvolvido desde 2016, com o Projeto Evolução. Segundo Monteiro, os objetivos permanecem os mesmos e o compromisso da sua gestão é com a defesa de princípios considerados essenciais para que a petroleira consolide o processo de recuperação já iniciado. Entre eles, cita o alinhamento dos preços internos às condições do mercado internacional.
"A capacidade de estabelecer nossos preços como um reflexo das variações do preço do petróleo, sem perdas para a companhia, e competir de igual para igual neste mercado são condições essenciais para que a Petrobrás seja capaz de cumprir seu papel de empresa que gera riqueza e desenvolvimento", afirma Monteiro, complementando que não vê contradição entre os objetivos financeiros e de geração de desenvolvimento para a sociedade.
O novo presidente concluiu o comunicado agradecendo pessoalmente e em nome de toda diretoria "o excepcional trabalho" feito por Parente. E pediu a união dos funcionários em torno dos temas destacados por ele. O executivo disse ainda que assumir a presidência da Petrobrás é a maior honra que já teve em sua vida. Mas não deixou de ressaltar seu passado como funcionário público no Banco do Brasil, na agência de Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais. Contou também que é casado, tem três filhos e que joga voleibol sempre que pode.
Fernanda Nunes, O Estado de São Paulo