Serra e Alckmin ladeiam Aécio em sua proclamação como
candidato a presidente: pela união do PSDB (Foto: Nelson
Antoine/Fotoarena)
Por Laryssa Borges, do site de
VEJA
Depois de ter
confirmado de última hora que aceitaria discursar na convenção nacional do PSDB, marcada para este sábado, em São
Paulo, o ex-governador José Serra disse que o partido e legendas aliadas estão
unidas em torno da candidatura do senador Aécio Neves à presidência da
República.
Aécio foi
oficializado ontem, sábado, 14, como o candidato tucano ao Palácio do Planalto,
mas ainda negocia com partidos políticos um nome para preencher a vaga como
candidato a vice-presidente.
O nome do ex-presidenciável foi cogitado para compor com Aécio a chapa que enfrentará a presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, mas o PSDB tem até o dia 30 para definir o nome do vice. Entre os cotados estão o senador Aloysio Nunes Ferreira e o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati.
A aproximação de Aécio com a seção paulista do PSDB tenta enfraquecer a resistência que ele sofre em setores do partido.
A costura para atrair aliados de Serra ocorreu mais claramente no início do ano passado, quando o senador serrista Aloysio Nunes Ferreira foi escolhido líder do partido no Senado. Quando foi confirmado como presidente nacional da sigla, Aécio também compôs com o ex-governador Alberto Goldman, colocando-o como um dos vice-presidentes do PSDB, e prestigiou o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) com a presidência local do partido.
[Tanto Aloysio como Goldman e Duarte Nogueira têm acompanhado Aécio em suas incursões pelo interior de São Paulo.]
“O que os brasileiros desejam cada vez mais hoje é verem-se livre do governo do PT. Se Deus quiser o Brasil vai mudar com o PSDB”, disse. “Petistas já não sabem porque governam o Brasil, nem sabem porque pretendem ficar mais quatro anos. Eles não têm nenhum futuro a oferecer. O PT neste momento é a vanguarda do atraso”, afirmou.
Na avaliação de Serra, as manifestações populares de 2013 são exemplo de que a população quer uma “mudança de rumos”. “A inépcia petista para administrar o Brasil é cada vez mais crescente”, disse.
“As ruas deram o recado (…) de que é preciso ouvir a voz surda das ruas. Mas elas não são mais surdas, elas clamam contra o distanciamento entre o governo o povo. Temos que ouvir o povo e estar mais próximos do povo”, completou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ao longo da convenção nacional do PSDB, os principais políticos do partido adotaram o discurso de que “ninguém aguenta mais” o governo da presidente Dilma Rousseff e que as manifestações de rua em 2013 são exemplo claro disso. “O governo atual (…) ficou distante [da população] e fingiu que não ouviu. Ninguém aguenta mais isso. Chega, a gente sente que não adianta mais”, afirmou FHC.
“Há uma ansiedade nas ruas. Essa é a verdadeira política, trazer esperança ao povo. Aécio será o presidente do emprego, da oportunidade, da renda das pessoas. É tempo de trabalho, de competência, de seriedade”, disse o governador de São Paulo Geraldo Alckmin.