quarta-feira, 18 de junho de 2014

Brasil piora em ranking global de paz e segurança

Conheça os países mais (e os menos) pacíficos do mundo

Índice Global da Paz de 2014 colocou a Islândia em primeiro lugar, enquanto a Síria ficou em último. O Brasil não foi bem colocado e apareceu atrás da Guiana

Diego Braga Norte - Veja
 
 
Os bombardeios de forças governistas na cidade de Aleppo, ao norte da Síria, têm destruído prédios ocupados por civis
Os bombardeios de forças governistas na cidade de Aleppo, ao norte da Síria, têm destruído prédios ocupados por civis (Mahmoud Hebbo/Reuters)


O Índice Global da Paz divulgou nesta quarta-feira um novo levantamento sobre os países mais seguros do mundo. Com estatísticas que mesclam o impacto da violência na economia, e considerando ainda fatores como índices de democracia, transparência, educação e bem-estar material, além do nível de militarização e atividades criminosas ou terroristas, a organização constatou que a Islândia segue como o país mais seguro para se morar. Em contrapartida, a Síria apresentou uma drástica decaída em seus níveis de segurança e tomou a última colocação do ranking, ocupada anteriormente pelo Afeganistão. O Brasil caiu cinco posições no ranking em relação ao ano passado e ocupa a 91ª posição entre os 162 países analisados. No total, o índice é composto de 22 indicadores qualitativos e quantitativos.

Atrás de Bolívia e Guiana, por exemplo, a economia brasileira sofreu um impacto de 117 bilhões de dólares causado pela violência, conforme dados do estudo. Segundo Steve Killiliea, presidente executivo do Global Peace Index (GPI), “na preparação para a Copa do Mundo, o Brasil viveu um aumento de manifestações violentas”. Mas ele ressalta que “apesar da queda de cinco lugares na classificação no índice, o Brasil continua a ser o melhor entre os países do BRICS”.

América do Sul – A pontuação média dos países da América do Sul está um pouco acima da média global, com melhoras mais significativas vindo da Argentina, Bolívia e Paraguai, aponta o estudo. Em contraste, o Uruguai, que mantém a posição de país mais pacífico da região, vê sua posição se deteriorar um pouco. Na Colômbia e na Venezuela, tensões internas garantiram as piores colocações entre os sul-americanos no ranking. “A Colômbia continua sofrendo com o aumento das populações deslocadas, que são o produto do conflito permanente com as Farc. Negociações de paz em curso com o governo, no entanto, oferecem alguma esperança de melhora”, acredita Killiliea.

“A Venezuela continua com sua escalada militar, principalmente comprando armas russas. A isso se acrescentam os muitos casos de agitação social e repressão do governo, particularmente após os protestos que eclodiram no início de 2014”, explica o presidente da GPI. A Venezuela ocupa a 129ª posição entre os 162 países no Índice Global da Paz, piorando uma posição em relação ao ranking do ano passado. “A queda na tranquilidade pode ser atribuída principalmente ao aumento nos níveis de terror político e maior instabilidade social”, afirma.

Outra função do ranking é a apontar países que podem sofrer com a falta de segurança no futuro. A organização acendeu o alerta neste ano para Zâmbia, Haiti, Argentina, Chade, Bósnia e Herzegovina, Nepal, Burundi, Geórgia, Libéria e Catar, sede da Copa do Mundo de 2022. "O potencial de um país para a manutenção da paz engloba instituições sólidas, um governo que funciona bem, baixos níveis de corrupção e um ambiente pró-empresas, o que chamamos de 'pilares da paz'. Fatores positivos da paz tendem a se alinhar em períodos mais longos de tempo com níveis reais de violência, possibilitando, portanto, uma precisão preditiva real", disse Killelea.

A análise deste ano constatou que o impacto econômico de conter e lidar com as consequências da violência em 2013 foi significativa, no valor de 9,8 trilhões de dólares (21,8 trilhões de reais). Em comparação com os resultados de 2012, houve um aumento de 3,8% nos custos de contenção da violência no mundo. “Enquanto alguns gastos na contenção da violência são realmente necessários em uma sociedade, pagar por guardas de segurança privada ou gastar com câmeras e sistemas eletrônicos de vigilância não são investimentos produtivos. Gastos excedentes e programas ineficientes podem ser prejudiciais para o crescimento econômico de um país. Gastos excessivos na contenção da violência restringem os recursos que podem ser alocados para outras áreas mais produtivas, como educação e saúde ou infraestrutura”, explica o especialista.

Os dez paises mais seguros do mundo

Islândia


Posição no ranking: 1º
Pontuação: 1.189
Saiba mais: Pela 1ª vez em sua história, polícia islandesa mata suspeito

Dinamarca


Posição no ranking: 2º
Pontuação: 1.193


Áustria


Posição no ranking: 3º
Pontuação: 1.200


Nova Zelândia


Posição no ranking: 4º
Pontuação: 1.236


Suíça


Posição no ranking: 5º
Pontuação: 1.258

Finlândia


Posição no ranking: 6º
Pontuação: 1.297

Canadá


Posição no ranking: 7º
Pontuação: 1.306

Japão


Posição no ranking: 8º
Pontuação: 1.316

Bélgica


Posição no ranking: 9º
Pontuação: 1.354

Noruega


Posição no ranking: 10º
Pontuação: 1.371


E os dez países mais inseguros

Síria


Posição no ranking: 162º (último lugar)
Pontuação: 3.650

Afeganistão


Posição no ranking: 161º
Pontuação: 3.416

Sudão do Sul


Posição no ranking: 160º
Pontuação: 3.397

Iraque


Posição no ranking: 159º
Pontuação: 3.377

Somália


Posição no ranking: 158º
Pontuação: 3.368

Sudão


Posição no ranking: 157º
Pontuação: 3.362

República Centro-Africana


Posição no ranking: 156º
Pontuação: 3.331

República Democrática do Congo


Posição no ranking: 155º
Pontuação: 3.213

Paquistão


Posição no ranking: 154º
Pontuação: 3.107

Coreia do Norte


Posição no ranking: 153º
Pontuação: 3.071


Os países da América do Sul no ranking da paz

Uruguai


Posição no ranking: 29º
Pontuação: 1.565

Chile


Posição no ranking: 30º
Pontuação: 1.591

Argentina


Posição no ranking: 43º
Pontuação: 1.789

Bolívia


Posição no ranking: 70º
Pontuação: 1.969

Paraguai


Posição no ranking: 73º
Pontuação: 1.976

Guiana


Posição no ranking: 83º
Pontuação: 2.013

Equador


Posição no ranking: 85º
Pontuação: 2.042

Brasil


Posição no ranking: 91º
Pontuação: 2.073

Peru


Posição no ranking: 119º
Pontuação: 2.304

Venezuela


Posição no ranking: 129º
Pontuação: 2.410

Colômbia


Posição no ranking: 150º
Pontuação: 2.701