Conheça os países mais (e os menos) pacíficos do mundo
Índice Global da Paz de 2014 colocou a Islândia em primeiro lugar, enquanto a Síria ficou em último. O Brasil não foi bem colocado e apareceu atrás da Guiana
Diego Braga Norte - Veja
Os bombardeios de forças governistas na cidade de Aleppo, ao norte da Síria, têm destruído prédios ocupados por civis (Mahmoud Hebbo/Reuters)
O Índice Global da Paz divulgou nesta quarta-feira um novo levantamento sobre os países mais seguros do mundo. Com estatísticas que mesclam o impacto da violência na economia, e considerando ainda fatores como índices de democracia, transparência, educação e bem-estar material, além do nível de militarização e atividades criminosas ou terroristas, a organização constatou que a Islândia segue como o país mais seguro para se morar. Em contrapartida, a Síria apresentou uma drástica decaída em seus níveis de segurança e tomou a última colocação do ranking, ocupada anteriormente pelo Afeganistão. O Brasil caiu cinco posições no ranking em relação ao ano passado e ocupa a 91ª posição entre os 162 países analisados. No total, o índice é composto de 22 indicadores qualitativos e quantitativos.
Atrás de Bolívia e Guiana, por exemplo, a economia brasileira sofreu um impacto de 117 bilhões de dólares causado pela violência, conforme dados do estudo. Segundo Steve Killiliea, presidente executivo do Global Peace Index (GPI), “na preparação para a Copa do Mundo, o Brasil viveu um aumento de manifestações violentas”. Mas ele ressalta que “apesar da queda de cinco lugares na classificação no índice, o Brasil continua a ser o melhor entre os países do BRICS”.
América do Sul – A pontuação média dos países da América do Sul está um pouco acima da média global, com melhoras mais significativas vindo da Argentina, Bolívia e Paraguai, aponta o estudo. Em contraste, o Uruguai, que mantém a posição de país mais pacífico da região, vê sua posição se deteriorar um pouco. Na Colômbia e na Venezuela, tensões internas garantiram as piores colocações entre os sul-americanos no ranking. “A Colômbia continua sofrendo com o aumento das populações deslocadas, que são o produto do conflito permanente com as Farc. Negociações de paz em curso com o governo, no entanto, oferecem alguma esperança de melhora”, acredita Killiliea.
“A Venezuela continua com sua escalada militar, principalmente comprando armas russas. A isso se acrescentam os muitos casos de agitação social e repressão do governo, particularmente após os protestos que eclodiram no início de 2014”, explica o presidente da GPI. A Venezuela ocupa a 129ª posição entre os 162 países no Índice Global da Paz, piorando uma posição em relação ao ranking do ano passado. “A queda na tranquilidade pode ser atribuída principalmente ao aumento nos níveis de terror político e maior instabilidade social”, afirma.
Outra função do ranking é a apontar países que podem sofrer com a falta de segurança no futuro. A organização acendeu o alerta neste ano para Zâmbia, Haiti, Argentina, Chade, Bósnia e Herzegovina, Nepal, Burundi, Geórgia, Libéria e Catar, sede da Copa do Mundo de 2022. "O potencial de um país para a manutenção da paz engloba instituições sólidas, um governo que funciona bem, baixos níveis de corrupção e um ambiente pró-empresas, o que chamamos de 'pilares da paz'. Fatores positivos da paz tendem a se alinhar em períodos mais longos de tempo com níveis reais de violência, possibilitando, portanto, uma precisão preditiva real", disse Killelea.
A análise deste ano constatou que o impacto econômico de conter e lidar com as consequências da violência em 2013 foi significativa, no valor de 9,8 trilhões de dólares (21,8 trilhões de reais). Em comparação com os resultados de 2012, houve um aumento de 3,8% nos custos de contenção da violência no mundo. “Enquanto alguns gastos na contenção da violência são realmente necessários em uma sociedade, pagar por guardas de segurança privada ou gastar com câmeras e sistemas eletrônicos de vigilância não são investimentos produtivos. Gastos excedentes e programas ineficientes podem ser prejudiciais para o crescimento econômico de um país. Gastos excessivos na contenção da violência restringem os recursos que podem ser alocados para outras áreas mais produtivas, como educação e saúde ou infraestrutura”, explica o especialista.
Os dez paises mais seguros do mundo
Islândia

Posição no ranking: 1º
Pontuação: 1.189
Saiba mais: Pela 1ª vez em sua história, polícia islandesa mata suspeito
Dinamarca

Posição no ranking: 2º
Pontuação: 1.193
Áustria
Posição no ranking: 3º
Pontuação: 1.200
Nova Zelândia

Posição no ranking: 4º
Pontuação: 1.236
Suíça

Posição no ranking: 5º
Pontuação: 1.258
Finlândia

Posição no ranking: 6º
Pontuação: 1.297
Canadá
Posição no ranking: 7º
Pontuação: 1.306
Japão

Posição no ranking: 8º
Pontuação: 1.316
Bélgica

Posição no ranking: 9º
Pontuação: 1.354
Noruega

Posição no ranking: 10º
Pontuação: 1.371
E os dez países mais inseguros
Síria

Posição no ranking: 162º (último lugar)
Pontuação: 3.650
Afeganistão

Posição no ranking: 161º
Pontuação: 3.416
Sudão do Sul

Posição no ranking: 160º
Pontuação: 3.397
Iraque
Posição no ranking: 159º
Pontuação: 3.377
Somália

Posição no ranking: 158º
Pontuação: 3.368
Sudão

Posição no ranking: 157º
Pontuação: 3.362
República Centro-Africana
Posição no ranking: 156º
Pontuação: 3.331
República Democrática do Congo

Posição no ranking: 155º
Pontuação: 3.213
Paquistão

Posição no ranking: 154º
Pontuação: 3.107
Coreia do Norte

Posição no ranking: 153º
Pontuação: 3.071
Os países da América do Sul no ranking da paz
Uruguai
Posição no ranking: 29º
Pontuação: 1.565
Chile

Posição no ranking: 30º
Pontuação: 1.591
Argentina

Posição no ranking: 43º
Pontuação: 1.789
Bolívia
Posição no ranking: 70º
Pontuação: 1.969
Paraguai

Posição no ranking: 73º
Pontuação: 1.976
Guiana

Posição no ranking: 83º
Pontuação: 2.013
Equador

Posição no ranking: 85º
Pontuação: 2.042
Brasil

Posição no ranking: 91º
Pontuação: 2.073
Peru

Posição no ranking: 119º
Pontuação: 2.304
Venezuela

Posição no ranking: 129º
Pontuação: 2.410
Colômbia

Posição no ranking: 150º
Pontuação: 2.701