terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Bia Caminha, vereadora eleita pelo PT, expõe racismo dentro da própria esquerda

 

Segundo ela, no domingo (29), foi expulsa e “carregada” para fora da coletiva de imprensa que o prefeito eleito do PSOL, Edmilson Rodrigues, realizava no centro da capital paraense. A iniciativa de mandá-la para fora da reunião partiu da irmã do psolista e pegou a vereadora de surpresa.

“Acabei de ser carregada pelos seguranças do Edmilson Rodrigues para fora da coletiva de imprensa. Carregada! Mas, todos os homens brancos entraram. Eu fui eleita e fiquei de fora da coletiva. O pacto de romper silêncios já começou”, criticou a futura parlamentar, acrescentando que a cena foi humilhante e que chegou a ouvir que não tinha vencido as eleições.
“Racismo e machismo puro. A esposa de um deputado federal, uma mulher branca e rica, entrou e eu, vereadora negra eleita, fui carregada pelos seguranças pro lado de fora”, disparou, explicando que tinha convicção de que a irmã de Edmilson foi a responsável pelo caso.

Após o fato, Edmilson Rodrigues, que usou os direitos da população negra, mulheres, pobres e público LGBTQIA+ como fundo de campanha, soltou nota alegando que “tinha recebido com indignação o ocorrido”. O prefeito eleito ainda “jogou” a culpa para a “ empresa terceirizada contratada”.

“Vamos cobrar da empresa contratada pela campanha esclarecimentos em relação ao ocorrido. Ainda nos colocamos à disposição para quaisquer medidas que a vereadora queira tomar”.

Depois do pedido de desculpas do político, Caminha disse que ele não tinha motivado o acontecido.

Bia Caminha faz parte da base de apoio do comunista, em Belém. Sendo que 90% dos vereadores eleitos pela coligação “Belém de Novas Ideias” são de origem negra.

Jornal da Cidade