quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Assinaturas de streaming crescem mais de 50% nos EUA em 2020

“Guerra dos streamings” foi positiva

As gigantes e as novatas coexistem

Netflix e Amazon mantêm o domínio

Disney+ e HBO seguem crescendo

Usuário mostra tablet com a marca das principais plataformas de streamingShuttestock


O ano de 2020 foi prolífico para os serviços de streaming nos Estados Unidos. Apesar da expectativa de que seria instaurada uma “guerra” por conta da entrada de gigantes de mídia no setor, os ganhos de assinantes beneficiaram tantos as tradicionais Netflix e Amazon Prime Video, quanto as novatas Disney+ e HBO Max

Análise do jornal Wall Street Journal mostra que os serviços de streaming encerrarão este ano com 50% a mais de assinaturas. O isolamento social provocado pela pandemia da covid-19 teve um saldo positivo para o setor, com mais pessoas em casa. Além disso, com o fechamento de cinemas e teatros e a suspensão de competições esportivas levaram os norte-americanos a buscarem o entretenimento on demand.

Eis a escalada de assinantes nos maiores serviços de streaming dos EUA:

Mesmo com a entrada de poderosas companhias no desejado mercado, o gráfico mostra que os serviços conseguem coexistir. A tendência dos assinantes é agregar um novo serviço ao seu portfólio, e não substituir uma conta mais antiga.

Os norte-americanos acumulam em média assinaturas em 3,1 serviços. Eram 2,7 há 1 ano. A Netflix poderia ser a maior prejudicada com a expansão do setor. Reinando de braçadas há anos, a empresa conseguiu aumentar seu domínio, mesmo com 30% dos norte-americanos admitindo que poderiam cancelar suas assinaturas no site para favorecer novos serviços.

O que acontece é que Netflix e outros vêm tirando os assinantes da TV a cabo em vez de brigarem entre si. Ao pôr na balança, um punhado de assinaturas de streaming tem melhor custo benefício que bancar as centenas de canais oferecidos pelas empresas de TV por assinatura.

A séria The Crown, da Netflix, foi a mais assistida de novembro. Conta história da monarquia britânica desde a ascensão da rainha Elizabeth 2ª ao tronoReprodução/Netflix

Ainda sobre a Netflix, a líder do mercado fechou o 1º trimestre com 62,8 milhões de assinantes nos EUA. A previsão do Journal é que a empresa feche o ano com 66,2 milhões, alta de 5,4% em meio à pandemia do coronavírus. Segue bem à frente do Prime Video (48 milhões, alta de 2,6% no mesmo período) e da Disney+ (37 milhões, alta de 8,1%).

O tráfego do serviço explicita ainda mais o domínio intocado na Netflix. Durante toda a pandemia, o aplicativo/site acumulou sempre mais de 10 mil terabytes por segundo. A Hulu teve o pico de 5,5 mil terabytes em maio e a Disney+ alcançou 3 mil em meados de março.

O que explica isso é o catálogo da Netflix, que tem apostado cada vez mais em conteúdos próprios, já que tradicionais séries e filmes têm deixado o serviço para o de suas empresas produtoras. Só no 3º trimestre, a companhia exibiu 663 novos episódios de suas séries originais. É praticamente o quíntuplo do Prime Video, que também tem focado em conteúdo original.

A paralisação dos estúdios devido à pandemia de certa forma congelou os catálogos, que ficaram desabastecidos de grandes lançamentos de longas metragens.

As novatas HBO Max (estreou no 2º trimestre) e a Disney+ (em novembro de 2019) ficaram para trás por conta do escasso material próprio. Apostaram neste início em títulos tradicionais produzidos por suas empresas-mães. O serviço da Disney reuniu os sucessos da Pixar, Marvel, Star Wars e Fox. Já o da HBO dispões de sérias que fazem sucesso, como Game of Thrones e Westworld.

Essas empresas pretender em 2021 lançar praticamente todos –se não todos– os seus filmes no streaming paralelamente com os cinemas para alavancar as assinaturas, que custam basicamente o mesmo que um par de ingressos, sem contar o deslocamento.

De julho a novembro, nenhuma dessas empresas conseguiu colocar suas sérias na liderança da audiência. A Netflix emplacou títulos originais e licenciados na ponta em todas as semanas neste período. Na penúltima semana de novembro, o sucesso The Crown somou 3,4 bilhões de minutos de reprodução, maior marca no 2º semestre. A séria conta a história da atual família real britânica.

Favorece a empresa a maior penetração que tem nos lares norte-americanos. Mais de 6 em cada 10 famílias (61%) no país assinam o serviço. Nenhuma concorrente tem mais de 50%.

Poder360