quarta-feira, 8 de abril de 2020

Magazine Luiza corta salários de executivos e renegocia contratos com fornecedores

Magazine Luiza anunciou medidas para conter gastos com pessoal e despesas com fornecedores, além de fazer uma captação no mercado, com o objetivo de atravessar o período da crise provocada pela pandemia provocada pelo vírus chinês. Desde março, as mais de 1.100 lojas físicas da varejista estão fechadas.
Magazine Luiza
Lojas da gigante do varejo foram fechadas já no mês passado. Foto: Felipe Rau/Estadão
Em comunicado enviado ao mercado no início da noite e assinado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Bellissimo Rodrigues, a empresa informou que vai cortar em 80%, por três meses, o salário dos principais executivos da empresa: o CEO e o vice-presidente de operações. Nesse período, os ganhos de 12 diretores executivos e sete membros do Conselho de Administração cairão pela metade. Os demais diretores terão um corte de 25% no contra cheque.
A rede varejista também informou que iniciou um “amplo movimento de renegociação de contratos com fornecedores diretos e indiretos, com o objetivo de reduzir custos e ampliar prazos de pagamentos”. Nessa renegociação, a companhia informa que pretende  preservar e apoiar os fornecedores menores, que estão mais fragilizados pela crise.
Em relação aos cerca de 20 mil funcionários, o comunicado informou que antecipou e pagou as férias, depois que as lojas foram fechadas no mês passado. No momento, a empresa está fazendo um plano para avaliar como colocará em prática Medida Provisória (MP) 936/2020 que prevê a suspensão de contrato de trabalho por 60 dias e pagamento parcial dos salários via seguro desemprego, além de redução proporcional de 70% da jornada e salários por três meses.
“Estamos fazendo um capacity planning exaustivo para os próximos meses, a fim de determinar a abrangência e as modalidades dos instrumentos previstos na MP que serão aplicados”, diz Rodrigues, em comunicado. Segundo ele, a intenção de fazer uso da MP é não demitir funcionários por conta crise.

Além de cortar despesas, a empresa vai fazer uma captação de mais R$ 800 milhões por meio de uma emissão de debêntures para reforçar o caixa no período de vacas magras no varejo. A companhia ressalta que terminou o ano de 2019 com uma posição de caixa e recebíveis robusta, de R$ 7 bilhões.

Márcia de Chiara, O Estado de S.Paulo