quinta-feira, 30 de abril de 2020

"Heróis que Morrem e Heróis que apodrecem", por Carlos Sampaio

Os gregos têm muitos heróis em sua Mitologia. Hércules é um deles. Hércules, trocou a esposa Dejanira pela esfuziante Iole. A esposa, enfurecida e se passando por compreensiva, ofereceu uma túnica envenenada como presente de núpcias ao belo casal. A manta grudou e envenenou a pele de Hércules de tal maneira, que quanto mais ele puxava para tentar se livrar, ela vinha com pedaços de sua própria carne. Desorientado com tanta dor, o herói jogou-se em uma fogueira, onde veio a falecer.
A Mitologia brasileira recente também tem seus heróis: Joaquim Barbosa, o primeiro herói se mostrou uma fraude: desapareceu, mas continua vivo. Coisas de nossa Mitologia. Surge outro Herói: Sérgio Moro, o Paladino da Justiça! Luzes sobre Moro! Mais Luzes! Luzes e mais luzes... Então o mistério das luzes se desfez e surgiu a realidade do Herói!
Moro estava podre. A nação espantada descobriu que Moro apodreceu sob as luzes dos holofotes da imprensa!
Não, não amadureceu, como as frutas, de verde passou a podre!
Imagine do que Moro é capaz de fazer. Se comprometeu Zambelli, da qual é padrinho de casamento, mostrando apenas a parte que lhe interessava da conversa para se proteger e queimar o Presidente, imagine o que não é capaz de fazer daqui para frente, fora do cargo que perdeu!
Gravou o Presidente? Tem dossiês prontos? Moro passou para o outro lado, quer entregar a cabeça de Bolsonaro em uma bandeja e receber seu prêmio. Qual será?
Quem nos ajuda a entender o "Herói" apodrecendo é o texto “Nas últimas 24 horas no governo, Moro ouviu de 'bombeiros' a 'incendiários'”, de Patrik Camporez, O Estado de S.Paulo /25 de abril de 2020 | 18h57. Ele nos dá algumas pistas do movimento e do comportamento de Moro:
"Para acalmar Moro, que àquela altura já havia conversado com boa parte das cúpulas da República, Bolsonaro mandou avisar que estava disposto a discutir um nome de ‘consenso’ para a PF. O ministro, no entanto, já não queria mais ‘negociar’. Queria que o presidente ‘batesse o martelo’ e definisse se Valeixo ficaria ou não no cargo. Eis o dono do Brasil! Eis o homem que tentou tutelar o Presidente! Eis o Hércules Tupiniquim em ação! Moro não votou em Bolsonaro. Bolsonaro teve 57 milhões de votos! Usurpação de poder?”
O "Herói" apodrece de uma vez e cede a trama macabra, como o texto nos conduz:
"Trancado ali ao longo da tarde, Moro recebia ligações de autoridades dos três Poderes da República, boa parte delas com ‘sugestões’ e ‘conselhos’ para que deixasse o governo – ‘um barco que estava afundando, mergulhado em investigações’, como descreveu um dos interlocutores."
Fica, agora, claro que Moro não tramou sozinho essa cena. Autoridades dos Três Poderes tramaram junto com ele! Sugeriram a ele!
O que lhe ofereceram? O que conversaram? Não sabemos. Os telefonemas sugerem uma trama, sim, trama essa que consistia em plena pandemia, criar mais uma crise para derrubar o governo Bolsonaro.
Trama urdida e armada por elementos dos três poderes com “sugestões” e “conselhos” para que deixasse o governo.
Quem são essas autoridades dos três poderes que conspiraram, junto com Moro, contra o Presidente da República?
O "Herói" apodrecido pelo calor das luzes dos holofotes da imprensa, mas fortalecido pelos telefonemas de autoridades dos três poderes que inflaram seu ego, toma a decisão de "peitar" o Presidente; de nomear sem ter esse poder: "Bolsonaro mandou avisar que estava disposto a discutir um nome de “consenso” para a PF. O ministro, no entanto, já não queria mais “negociar”. Queria que o presidente “batesse o martelo”. A trama urdida com celulares e combinada com Altas Autoridades dos três poderes da república foi um sucesso! Chocou país...Por pouco tempo!
A verdade, agora, começa a aparecer lentamente. O show de Moro começa a perder o brilho.
O "Herói" apodrecido não votou em Bolsonaro. Nunca esteve ao lado de Bolsonaro. Fez a mesma coisa que os bandidos que combatia: uma tramoia suja. Imaginava nunca ser contestado, pois sua palavra bastaria para desarmar qualquer um. Enganou a todos. Era apenas um espião buscando material para seu golpe particular.
Como Hercules que abandonou a esposa e foi morto por uma manta envenenada que grudou e envenenou sua pele, de tal maneira, que quanto mais ele puxava para tentar se livrar, ela vinha com pedaços de sua própria carne, Moro também, ao trair Bolsonaro, ganhou uma manta envenenada, que também grudou sobre sua pele. Hércules, desorientado com tanta dor jogou-se em uma fogueira e morreu.
E Moro, o herói apodrecido, continuará vivo, como Joaquim?
Carlos Sampaio. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas/UFAM

Jornal da Cidade