Quiosques que vendem vistosos copos de açaí com coberturas, como frutas, granola, leite condensado, pasta de amendoim e até mesmo whey protein se multiplicaram em praças de alimentação de grandes shoppings no último ano. Depois de abrir 61 lojas em um ano, a franquia OakBerry Açaí Bowls se prepara para inaugurar a primeira unidade internacional no Florida Mall, em Orlando (EUA), no início de julho.
O CEO, Georgius Frangulis, diz que o objetivo inicial era abrir a empresa nos EUA, mas não conseguiu os pontos comerciais que desejava por não ter o negócio testado ainda. A empresa, que inaugurou sua primeira unidade em dezembro de 2016 no Shopping Cidade de São Paulo, virou franquia em junho de 2017.
“Eu morava nos EUA e observei a tendência de as pessoas buscarem uma alimentação mais saudável. O açaí é um produto popular por lá, com seus benefícios nutricionais sempre destacados na mídia. Como não conseguia entrada nos shoppings americanos por ser uma empresa nova, decidimos fazer um piloto no Brasil, pois já conhecíamos o mercado”, afirma Frangulis.
A escolha parece ter sido acertada, pois dados da agência de pesquisas Euromonitor Internacional preveem que o mercado de alimentação saudável deve crescer 4,41% por ano no Brasil até 2021.
Para o cardápio, Frangulis diz que se inspirou em redes americanas como Subway e Chipotle Mexican Grill, em que os clientes escolhem os ingredientes que querem adicionar ao prato. “Apesar de o açaí ser a base, não consideramos que a nossa operação é monoproduto, pois os toppings personalizam o copo de cada cliente”, declara.
O açaí natural é vendido em copos de 350ml, 500ml e 700ml que custam 13,90 reais, 19,90 reais e 25,90 reais, respectivamente. Há 12 opções de toppings que podem ser incluídos à vontade sem custo adicional: banana, coco ralado, quatro tipos de granola, aveia, castanha-de-caju, chia, leite em pó, leite condensado e mel. Outras cinco opções são cobradas à parte: leite condensado light (1 real), morango (2 reais), paçoca diet (2 reais), pasta de amendoim com mel (2 reais) e whey protein (6 reais).
“Nosso modelo de negócio tem como padrão a rapidez, por isso, tiramos fatores que poderiam complicar a escolha do cliente, e o preço é uma delas. Dessa forma, o cliente não precisa fazer conta na hora de escolher o que pedir”, afirma Frangulis.
Para operar nos EUA, foram feitas adaptações no cardápio. A pasta de amendoim, que é comum por lá, não será cobrada à parte, por exemplo, e não haverá opção de acrescentar leite condensado e em pó. O açaí será importado do Brasil, mas os toppings virão de fornecedores locais. Há negociações para entrada em outros países, como Argentina, Uruguai e Austrália.
Negócio é facilmente copiável, diz consultor
A franquia OakBerry tem investimento inicial a partir de 140 mil reais (custos de instalação + taxa de franquia) e faturamento mensal que varia de 55 mil reais a 75 mil reais. A margem de lucro não foi divulgada. O retorno do investimento é previsto entre 12 e 24 meses. A meta é encerrar 2018 com 90 unidades. O faturamento da rede foi de 25 milhões de reais em um ano, e a expectativa é chegar a 90 milhões de reais em 2019.
Segundo Luis Stockler, da consultoria especializada em franquias ba}STOCKLER, adaptações são necessárias para internacionalizar a marca. “É preciso adequar o produto aos hábitos de consumo locais e à disponibilidade de insumos”, afirma.
Ele diz que a rápida expansão da rede, inclusive para os EUA, não é um problema, considerando que o CEO da empresa já viveu no país e conhece o mercado americano. “Um bom planejamento prévio, pensado em todos os detalhes, ajuda a acelerar o crescimento”, explica.
Outra vantagem, segundo o consultor, é que a empresa inovou na forma de vender de servir o produto ao apostar nos toppings, porém, essa estratégia é facilmente replicável pela concorrência. “Hoje em dia, é difícil inovar em produto, a diferenciação está na forma de vender e de servir. Eles começaram oferecendo um modelo diferente, mas que é facilmente copiável. Por isso, é necessário continuar inovando para garantir o crescimento da rede”, declara.
Larissa Coldibeli, Veja