terça-feira, 15 de maio de 2018

Vaccari e lobista são denunciados sob acusação de propina em investimento de fundos de pensão dos Correios e do Serpro

Folha de São Paulo


O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro denunciou nesta terça-feira (15) o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Milton Lyra, apontado como operador de políticos do MDB, por recebimento de propina para investimentos feitos por dois fundos de pensão de servidores federais.
Procuradoria denuncia Vaccari e lobista por propina em investimento de fundos de pensão
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que foi denunciado sob acusação
de receber propina para investimentos de fundos de pensão 
Pedro Ladeira - 3.fev.16/Folhapress
No total, 15 pessoas foram alvo da denúncia decorrente da Operação Rizoma, que apura fraudes nos fundos de pensão dos funcionários dos Correios e do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) em favor de negócios do empresário Arthur Machado, CEO do ATG Group, empresa que lançou uma nova bolsa de valores para concorrer com a BMF/Bovespa.
Também são acusados Marcelo Sereno, ex-secretário nacional do PT e ex-assessor do ex-ministro José Dirceu, e o ex-presidente dos Correios Wagner Ribeiro.
De acordo com a Procuradoria, Vaccari era o destinatário final de R$ 1 milhão em dinheiro vivo entregues a Henrique Barbosa, emissário de Adeilso Telles, ex-chefe de gabinete de Ribeiro na presidência dos Correios.
Sereno, por sua vez, é acusado de ter recebido R$ 3,9 milhões para atuar em favor da empresa de Machado nos fundos de pensão.
A Procuradoria diz ainda que Lyra recebeu R$ 16,5 milhões de recursos das empresas de Machado sem a respectiva prestação de serviços. Embora apontado em outras investigações como operador de políticos do MDB, o Ministério Público Federal afirma “não ser possível informar no estágio atual das investigações a quem ele se reporta”.
Há dois anos, a Folha revelou que Lyra e Machado operaram em empresas que captaram ao menos R$ 570 milhões do Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios).
O ATG Group afirmou, em nota, que Machado e Patrícia Iriarte, outra denunciada, foram afastados da empresa.
A defesa de Lyra não comentou a denúncia. Disse apenas que a decisão do ministro Gilmar Mendes de soltar o lobista, tomada nesta quinta, foi "acertada e reconheceu que a prisão preventiva foi decretada sem os requisitos autorizadores para a medida cautelar".