O MPF ofereceu hoje à 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro a denúncia de um total de 15 envolvidos na Operação Rizoma, ocorrida no dia 12 de abril e que investiga fraudes em fundos de pensão. A Rizoma é um desmembramento da Calicute, deflagrada em 2016 e que prendeu Sérgio Cabral.
Entre eles, o ex-presidente da Petros e dos Correios nos governos Lula e Dilma, Wagner Pinheiro (na foto, o primeiro à esquerda); o lobista ligado ao PMDB Milton Lyra (na foto, de laranja), o ex-sub-chefe da Casa Civil de José Dirceu, Marcelo Sereno (na foto, à direita); o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; e o empresário Arthur Machado, nomeado pelos procuradores como comandante da organização crimonosa.
Foram denunciados ainda os doleiros Vinicius Claret (o Juca Bala), Claudio de Souza, Edward Penn, Henrique Barbosa e Alessandro Laber — estes últimos cinco tornaram-se delatores.
Para os procuradores, "os crimes de organização criminosa, evasão de divisas, tráfico de influência e lavagem de dinheiro" foram realizados pelo grupo para a "geração de recursos em espécie e ocultação da origem dos recursos mediante sofisticado esquema de lavagem de dinheiro".
Na denúncia, Arthur Machado é descrito como alguém "que fez uso da rede de doleiros para comprar reais em espécie no Brasil para pagar vantagens indevidas a agentes públicos".
Eis um resumo das acusações:
*Wagner Pinheiro é apontado como "um dos agentes que exigiu recursos ilícitos para viabilizar a realização de investimentos dos fundos ded pensão em prol das empresas de Machado". Em 2014, afirma a denúncia, Pinheiro recebeu R$ 1 milhão em propina (dinheiro que dividiu com Vaccari) pelo trabalho realizado de trráfico de influência nos fundos.
*Arthur Machado é acusado, junto com Patricia Iriarte, de ter lavado cerca de U$ 86 milhões entre 2012 e 2017 em 158 operações. Mais: foi denunciado também por pagamento de propina de US$ 1 milhão para João Vaccari e Wagner Pinheiro.
*Milton Lyra é acusado de ter praticado 58 atos de lavagem de dinheiro no valor total de US$ 45 milhões, boa parte deles tendo Athur Machado como parceiro.
*Marcelo Sereno é acusado de tráfico de influência (pelo qual recebeu R$ 3,9 milhões de propina ded Arthur Machado) em fundos de pensão e de lavar a mesma quantia.
O MPF pede à Justiça a condenação e uma multa correspondente ao dobro do que foi lavado e recebido de propina pelos denunciados.