domingo, 10 de maio de 2015

A “subjetividade” de Maria do Rosário sobre Ricardo Pessoa, o homem-bomba para o PT que irá depor na CPI

Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja


Captura de Tela 2015-05-10 às 10.07.47A oposição quer agilizar a convocação de Ricardo Pessoa para a CPI da Petrobras.
Diante das declarações do dono da UTC sobre a doação sob pressão de R$ 7,5 milhões à campanha de 2014 de Dilma Rousseff, ouvi-lo se tornou uma “prioridade”, segundo Antônio Imbassahy (PSDB-BA), que integra a comissão:
“É uma revelação gravíssima. Além das provas materiais coletadas sobre a corrupção na eleição de 2010, agora vemos avanços nas informações da mesma prática em relação à reeleição”, disse o deputado federal ao Globo, acrescentando que o depoimento poderá ser marcado para a semana do dia 18.
Edinho Silva, o tesoureiro de Dilma, teve três encontros com Pessoa. As doações foram acertadas entre eles em reuniões no escritório da campanha em Brasília, depois no escritório do empreiteiro em São Paulo e num último encontro no Rio.
Mas o trecho mais pitoresco da reportagem do jornal vem agora:
“A deputada Maria do Rosário (PT-RS), uma das integrantes da CPI mais aguerridas na defesa do governo, afirmou que não se opõe à ideia de agilizar o depoimento de Pessoa, mas criticou as declarações do empreiteiro, de que teria temido uma retaliação caso não doasse à campanha de reeleição da presidente Dilma:
— Tudo tem que ser apurado. Mas a subjetividade, como se sentia diante disso ou daquilo, é uma novidade no terreno político brasileiro, em que as pessoas dizem qualquer coisa para não serem cobradas pelos seus atos. Não é aceitável um ambiente de subjetividade nas denúncias.”
Para Maria do Rosário, objetividade existe apenas na denúncia contra o falecido Sérgio Guerra, do PSDB, que ela mencionou aos gritos durante o discurso do deputado tucano Carlos Sampaio, como mostrei aqui.
Contra o PT, é tudo assim muito subjetivo, sabe?
Para não ser cobrado pelos seus atos, no entanto, Ricardo Pessoa disse muito mais que “qualquer coisa”: ele ameaçou pela VEJA entregar a alta cúpula do partido de Rosário, que, por isso mesmo, agiu nos bastidores para garantir sua liberdade e o seu silêncio diante do juiz Sergio Moro.
Para não ser cobrado pelos seus atos, Léo Pinheiro, presidente da OAS, usou o mesmo expediente de Pessoa e também se calou diante de Moro.
A chantagem deu certo em ambos os casos por um motivo simples: o PT é incrivelmente objetivo para lidar com a “subjetividade” de quem o denuncia.