Mais de 300 mil pessoas ficaram sem energia no Estado da Louisiana, e milhares engarrafaram rodovias na região
Furacão Ida chegou ao Estado da Louisiana como uma das tempestades mais poderosas a atingir os Estados Unidos Foto: Eric Gay/AP
O potente furacão Ida, de categoria 4 e com ventos de até 240 km/h, tocou o solo da Louisiana ontem pouco após o meio-dia (horário local, 14h no Brasil), exatamente 16 anos após o furacão Katrina devastar o Estado do sul dos Estados Unidos.
Ida chegou à costa como uma das tempestades mais poderosas que já atingiu os Estados Unidos, correndo da costa da Louisiana em direção a Nova Orleans e um dos corredores industriais mais importantes do país.
"Encontre o ambiente mais seguro da sua casa e fique ali até que a tempestade tenha passado", pediu o governador da Louisiana, John Bel Edwards, em comunicado divulgado no Twitter.
Chuvas e ventos fortes já eram sentidos desde a manhã nas ruas desertas de Nova Orleans, onde as janelas estavam protegidas com tapumes e sacos de areia à espera do furacão, catalogado como "extremamente perigoso".
O governador disse que Ida - que ganhou força ao se aproximar da terra firme com as águas quentes do Golfo - seria uma das maiores tempestades a atingir a Louisiana desde a década de 1850.
Por volta do meio-dia de ontem, algumas regiões da localidade de Grand Isle, em uma ilha-barreira situada ao sul de Nova Orleans, já começavam a inundar pelo aumento do nível das águas, segundo a CNN.
Mais de 300 mil pessoas ficaram sem energia elétrica ontem, e o nível do mar estava mais de um metro e meio acima do seu nível habitual em vários locais, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC). Ventos sustentados de 40 mph, com rajadas de 59, foram registrados no novo aeroporto internacional de Nova Orleans.
Em meio às advertências urgentes sobre possíveis danos catastróficos, a maioria dos moradores seguiu as recomendações das autoridades de deixar a região.
Ida chega em um momento desafiador pelo Estado, importante pólo de extração de petróleo, que enfrenta uma forte onda de covid-19. Os hospitais de Nova Orleans planejavam enfrentar a tempestade com suas camas quase cheias, e os abrigos para aqueles que deixaram suas casas podem se tornar surtos de infecção.
Ontem, o devastador furacão Katrina, que inundou 80% de Nova Orleans e deixou 1.800 mortos, completou seu 16º aniversário. A coincidência pesou sobre os residentes da cidade. Um recorde de pessoas engarrafaram as rodovias da região.
Responsável pela infraestrutura de Nova Orleans, Ramsey Green enfatizou que a cidade está mais preparada para um evento como esse do que estava há 16 anos. A água não deve penetrar no sistema de diques, que foi amplamente reformado desde o Katrina. Mas se as previsões de até 50 centímetros de chuva se concretizarem, a rede subfinanciada e negligenciada de bombas, canos subterrâneos e canais de superfície da cidade provavelmente não conseguirá acompanhar, disse Green. “É um sistema incrivelmente frágil”, afirmou.
O furacão deve virar para o norte na manhã de segunda-feira. O presidente Joe Biden aprovou declarações de emergência para Louisiana e Mississippi antes da chegada de Ida.
Com AFP, AP, WP e O Estado de São Paulo
O Estado de S.Paulo