segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Agronegócio do cacau é um dos maiores do mundo

Setor gerou R$ 18 bilhões em valor bruto da produção e mais de 300 mil empregos em todos os segmentos no último ano


Fruto do cacau aberto | Foto: Sidney Oliveira/Fotos Públicas
Fruto do cacau aberto | Foto: Sidney Oliveira/Fotos Públicas

O agronegócio brasileiro do cacau está entre os maiores do mundo. Ele consiste na atividade agrícola — cultivo da amêndoa de cacau — e industrial — processadoras do fruto e indústrias de chocolates. Só no último ano, o setor gerou R$ 18 bilhões em valor bruto da produção e mais de 300 mil empregos em todos os segmentos. Apenas o ramo industrial pagou mais de R$ 2 bilhões em salários e R$ 1,2 bilhão em encargos sociais.

Segundo os dados compilados pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e divulgados na última semana, a concentração dos estabelecimentos está no Pará e na Bahia. No território paraense, o cacau é a terceira maior atividade agropecuária, com valor de R$ 1,9 bilhão (considerando o acumulado de 2020), ou 9,4% do valor bruto total gerado pelo setor. Na Bahia, o cultivo da amêndoa gerou R$ 1,7 bilhão, ou 4,7% do valor bruto da produção agropecuária.

Retrospectiva e perspectiva

Apesar dos atuais números positivos, foram nas décadas de 1960 e 1970 que a produção de cacau brasileira teve seu auge. No entanto, nos últimos dez anos, o país perdeu a liderança no ranking mundial para ocupar a sexta posição. Isso é efeito de um crescimento de área e de produtividade abaixo do registrado em seus principais concorrentes globais. Esse cenário levou o Brasil a importar em média 44 mil toneladas de amêndoa no período.

Contudo, essas compras podem ser supridas pelo produtor brasileiro, desde que a retomada do crescimento agrícola continue. Para isso, é necessário investir no setor. Segundo o estudo, algumas alternativas seriam o estímulo à associação dos pequenos e médios produtores em cooperativas e maior integração entre indústria e produtor. Tudo pensado no longo prazo.

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Sabrina Nascimento, Revista Oeste