segunda-feira, 8 de junho de 2020

‘Muito rara’, diz OMS sobre transmissão da covid-19 por assintomáticos

Organização Mundial da Saúde avisa que, dessa forma, ações de combate ao novo coronavírus devem se concentrar no isolamento de pessoas que apresentam sintomas da doença
Maria Van Kerkhove - oms - covid-19 - novo coronavírus - assintomáticos - muito rara
Dra. Maria Van Kerkhove integra a equipe da OMS | Foto: REPRODUÇÃO/CNBC
A semana começa com a Organização Mundial da Saúde agitando o cenário científico. Isso porque nesta segunda-feira, 8 de junho, a OMS anunciou que novas pesquisas revelam: a transmissão da covid-19 a partir de pacientes assintomáticos é possível de ocorrer. Mas é “muito rara”.
O anúncio surpreendeu a comunidade científica de todo o planeta. Diferentemente da afirmação de hoje, estudos preliminares realizados pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indicavam que pessoas assintomáticas teriam o mesmo “poder” de transmitir o novo coronavírus — na comparação com os infectados que apresentavam sintomas da doença.
A deliberação anterior fez, inclusive, com que governos mundo afora impusessem regras rígidas de isolamento social. No Estado de São Paulo, por exemplo, o confinamento vigora desde 24 de março — sempre com o governador João Doria validando decisões na “ciência”.
“Parece raro que uma pessoa assintomática realmente transmita adiante”
“A partir dos dados que temos, ainda parece raro que uma pessoa assintomática realmente transmita adiante para um indivíduo secundário”, declarou a doutora Maria Van Kerkhove, de acordo com o site CNBC. Ela é chefe da divisão de doenças da OMS. “É muito raro”, enfatizou.

Mudança de estratégia

Para além de anunciar a nova descoberta por parte da OMS, a representante da entidade indicou que é preciso repensar as estratégias que visam combater a disseminação da pandemia. Para Van Kerkhove, autoridades devem se dedicar a detectar e a isolar somente as pessoas que apresentem sintomas de contaminação pelo novo coronavírus. Ela, contudo, indica que pode ser necessário realizar mais estudos a respeito. Afinal, a integrante da OMS salientou ter o conhecimento de que estudos anteriores indicavam a transmissão a partir dos assintomáticos.
Em outro ponto, entretanto, a mesma Van Kerkhove reforçou que a missão agora será cuidar de quem apresentar sintomas da doença. “Queremos focar nos casos sintomáticos”, disse a doutora. “Se seguíssemos todos os casos sintomáticos, isolássemos esses casos, seguíssemos os contatos e os colocássemos em quarentena, reduziríamos drasticamente [a transmissão do novo coronavírus]”, complementou.
Não é a primeira vez nos últimos dias que a OMS faz o mundo científico se voltar contra estudos ou decisões anteriores. Na semana retrasada, a entidade avisou a interrupção de testes com a hidroxicloroquina, conforme noticiou Oeste. Na ocasião, avisou-se que os trabalhos realizados até então não tinha surtido efeito positivo. Uma semana bastou para a própria organização voltar atrás e mudar de estratégia. Assim, a mesma OMS retomou os testes com o medicamento no dia 3 de junho.

, Revista Oeste