segunda-feira, 1 de junho de 2020

Domingo de despedidas em restaurantes famosos que fecharam neste domingo por causa do virus chinês

Um domingo 31 de despedidas – todas com muita tristeza – para os frequentadores de cinco restaurantes tradicionais no Rio de Janeiro (2), São Paulo e Brasília (2).
Vão fechar as portas (e suas cozinhas maravilhosas) o Fellini, no Leblon; o Ráscal em Botafogo e Barra da Tijuca (os dois no Rio de Janeiro); o Itamarati, em São Paulo e o Fritz e o tradicionalíssimo Piantela em Brasília. Todos conhecidos pontos de encontro de juízes, promotores, advogados e demais profissões. Três – Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília – vítimas da pandemia do coronavírus. O Fellini, no bairro do Leblon,, vítima da especulação imobiliária. Nos bastidores o comentário é que no local será construído um edifício de apartamentos de primeira linha.
O Itamarati, em São Paulo: aluguel insuportável.










Sem condições de pagar o aluguel de cerca de R$20 mil, o Itamarati, já demitiu seus funcionários e solicitou à Justiça a rescisão do contrato com a Santa Casa de Misericórdia, proprietária do imóvel, sem o pagamento de multa. O tradicional restaurante fica localizado no calçadão da rua José Bonifácio, próximo da Faculdade de Direito da USP. Fundado em 1940, o restaurante que recebeu diversos presidentes, governadores e ministros do Supremo, já vinha passando por dificuldades há alguns anos por conta da decadência da região central e da sensação de insegurança.
Em Brasília, outro restaurante, de cozinha tradicional alemã com gosto da Áustria desde 1980, o restaurante Fritz (na comercial da 404 sul) fecha as portas na capital no fim deste mês. Sempre foi muito procurado por membros da magistratura e da advocacia. Até amanhã (31), o serviço de delivery do restaurante continuará funcionando e os clientes terão a oportunidade de fazer os últimos pedidos e poder se despedir, guardando na memória a história e o sabor dos pratos. O restaurante Piantela funcionava na capital federal há 45 anos.
Restaurante Fritz, um dos mais tradicionais de Brasília.










Mesmo com o peso de seus 90 anos, não havia um dia em que o proprietário do Fritz, Friedrich Klinger, não trabalhasse. Estava no restaurante que fundou há quatro décadas, de domingo a domingo. “Ele era muito trabalhador e inteligente. Veio pra Brasília antes da construção, foi diretor de algumas empresas e depois mudou para mo de restaurante”, afirmou a filha Cristina Klinger. Em abril do ano passado, um pouco antes do aniversário de 90 anos, no dia 11, ele pegou uma infecção que lhe foi fatal. Para a família, não poder mais trabalhar como antes foi um dos agravantes para o estado de saúde dele.
Neste sábado (30), a direção do Fellini (na rua General Urquiza, no Leblon) publicou uma nota site “Amigos do Leblon” comunicando a decisão: Prezados Amigos e clientes. “O Fellini, sua direção e equipe, vem agradecer a todos que nós prestigiaram nesses 27 anos de trabalho. Encerraremos nossas atividades. Aqueles que tanto apreciam nossa culinária e serviços poderão fazer seus pedidos este mês inteiro conosco. Que este comunicado seja só um até breve. A todos nosso Muito Obrigado”. Eles não informaram o motivo do fim das atividades. Poucos se lembram mas no mesmo local funcionou uma boate do empresário espanhol Chico Recarey chamada Circus.
O famoso restaurante de gastronomia mediterrânea do grupo paulista Ráscal anunciou também o fechamento definitivo de duas, das três filiais que possuem no Rio de Janeiro. As unidades Ráscal Rio-Sul, em Botafogo, na Zona Sul e Casa Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste, encerram suas atividades. O estabelecimento do Shopping Leblon segue atendendo os clientes por meio de delivery.
Em comunicado, o grupo Ráscal informou que o fechamento dos estabelecimentos se deve a crise provocada pela proliferação da Covid-19 no Rio. Os dois restaurantes fechados, não voltarão a abrir. O grupo afirma que o setor de restaurantes foi um dos mais atingidos pela crise do Coronavírus.
Restaurante Ráscal, no Rio de Janeiro: em nota, a direção apontou a crise do covid-19 como “causa mortis”


Cláudio Humberto, Diário do Poder