segunda-feira, 27 de abril de 2020

Sob pressão das ruas, que gritam 'Fora Maia', presidente da Câmara diz que processos de impeachment precisam ser ‘pensados com muito cuidado’

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quebrou nesta tarde um silêncio de mais de uma semana e sinalizou, sem dizer diretamente, que, apesar do crescente número de pedidos de impeachment ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ele não deve pautar a abertura de um processo nesse momento.

Rodrigo Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
“É claro que os ex-ministros (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o da Justiça, Sérgio Moro) são homens de credibilidade e geram pressão na sociedade. Mas acho que todos esses processos (impeachment e CPIs) precisam ser pensados com muito cuidado”, disse Maia. “Devemos ter paciência e equilíbrio e não ter açodamento”, afirma.
Ele mesmo, Maia, constestado nas ruas, que gritam 'Fora Maia' em frente à casa dele, na Esplanada dos Ministérios, em Copacabana, na Paulista...
Para Maia, uma crise política, em plena pandemia, poderia agravar ainda mais os impactos econômicos que devem ser sentidos pelo Brasil nos próximos meses. O deputado evitou se aprofundar mais no assunto. “Quando você trata por tema como impeachment, sou juiz. Não posso comentar”, disse.
Desde sexta, 24, a Câmara recebeu três novos pedidos. Já são quase 30. 
Sem exceção, assinados pela organização criminosa do Lula e seus puxadinhos, e até por tipos que debandaram do bolsonarismo por terem interesses constrariados. Achavam que mais cedo ou mais tarde Bolsosonaro ia fazer concessões para o retorno da bandalheira que assolou o país no governo FCH e, sobretudo, quando a corrupção foi à estratosfera sob Lula-Dilma.  
Maia disse não ser um político de conflitos e que, nos últimos, enquanto o País acompanhou conflitos dentro do próprio governo, ele refletiu sobre o papel do parlamento.
O deputado ressaltou que o momento é para focar no enfrentamento à crise da covid-19 e falou sobre os impactos na saúde e economia da pandemia. “Já se projeta aumento de 16% de desemprego; aumento da economia informal chegando a 50% dos empregos”, disse.

Para ele, o parlamento tem de priorizar essa crise. “Devemos voltar a debater de forma específica o enfrentamento do coronavírus. Não podemos tirar do debate e da pauta do parlamento os projetos e projeções que temos no enfrentamento. Essa deve ser nossa prioridade”, disse.

Com informações de Camila Turtelli e Gustavo Porto, O Estado de S.Paulo