
NOVA YORK — A cidade de Nova York, epicentro do surto de coronavírus nos EUA, fechará algumas ruas ao tráfego de veículos, expandirá calçadas e criará ciclovias temporárias para oferecer aos nova-iorquinos mais espaço ao ar livre enquanto as medidas de bloqueio continuam, disse o prefeito Bill de Blasio nesta segunda-feira, sem dar maiores detalhes.
— No próximo mês, criaremos ao menos 64 km de ruas abertas. E, como a crise continua, o objetivo é chegar a 160 km — disse De Blasio.
Muitos dos 8 milhões de habitantes de Nova York, a cidade mais populosa dos EUA, vivem em apartamentos pequenos, e as autoridades estão preocupadas que os moradores desrespeitem as regras de distanciamento social à medida que as temperaturas sobem com a chegada do verão.
Na semana passada, os membros do Conselho da Cidade de Nova York apresentaram um projeto de lei para dedicar 120 km de ruas da cidade a pedestres e ciclistas, fechando pelo menos uma faixa de veículos enquanto as restrições ao coronavírus estejam em vigor. Mas representantes do Departamento de Transportes da cidade e do Departamento de Polícia jogaram um balde de água fria na proposta na sexta-feira, dizendo que a cidade não tinha recursos para proteger os pedestres dos motoristas nessas ruas.
O próprio De Blasio, em meados de abril, derrubou a ideia de fechar as ruas ao trânsito, dizendo que não acreditava que isso funcionaria. Questionado sobre a mudança de ideia nesta segunda-feira, ele disse que o conselho da cidade havia proposto parceiros comunitários para ajudar o Departamento de Polícia a manter as ruas seguras.
A retomada do debate ocorre em um momento em que cidades de todo o mundo estão experimentando maneiras de diminuir gradualmente as restrições sem comprometer a segurança das pessoas. Várias cidades, incluindo São Francisco e Denver, nos Estados Unidos, e Milão, Dublin, Budapeste e Berlim, na Europa, fecharam algumas ruas para carros e ampliaram calçadas e ciclovias para oferecer mais espaço ao ar livre.
Reuters