terça-feira, 15 de maio de 2018

PSDB lança Anastasia como pré-candidato ao governo de Minas Gerais


O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) - Jorge William / Agência O Globo/1-11-17


Fábio Correa, O Globo



Unanimidade entre os tucanos mineiros, que o veem como a figura capaz de recuperar o prestígio no estado e bater o atual mandatário Fernando Pimentel (PT) nas urnas, o senador Antonio Anastasia (PSDB) se lançou oficialmente pré-candidato a governador nesta segunda-feira. No evento realizado em Contagem – cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte administrada pelos tucanos –, o ex-governador de Minas entre 2010 e 2014 mostrou força e prestígio com a presença de lideranças do PSD, PPS, PTB, PSC e PP. Porém, deixou no ar tanto uma possível aliança com o PMDB quanto o significado da ausência do também senador Aécio Neves (PSDB), de quem Anastasia foi vice-governador.

— Nesta campanha, eu terei a liderança, o comando da campanha. O senador Aécio decidirá a seu tempo e na sua hora se é candidato ou não. Temos que aguardar e respeitar a sua decisão — declarou o pré-candidato ao governo de Minas Gerais, que não soube dizer se o padrinho político sairá senador, deputado federal ou ficará fora das eleições.

Desde a Operação Patmos, que há um ano flagrou Aécio Neves pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, tucanos dizem que o neto de Tancredo está mais preocupado em preparar a própria defesa. O escândalo fez Anastasia hesitar uma volta ao governo de Minas pela proximidade com Aécio. O agora pré-candidato chegou a demonstrar apoio a outro pretendente ao governo, o deputado Rodrigo Pacheco (DEM), mas acabou ouvindo os apelos dos correligionários

Além do DEM, Solidariedade e PMDB ainda podem se aliar ao PSDB. A adesão deste último seria um tiro de misericórdia no governador Fernando Pimentel, que quer reeditar a aliança com os peemedebistas. No entanto, a situação entre ambos os partidos tem se deteriorado de forma veloz nas últimas semanas. Até então aliado fiel do petista, o presidente da Assembleia de Minas, Adalclever Lopes (PMDB), vem dando indícios claros de rompimento com o governador, principalmente ao aceitar um pedido de impeachment na Casa que pode resultar até mesmo na cassação do mandato de Pimentel.

— Nós temos no MDB várias pessoas próximas, é bom lembrar que quando fui candidato em 2010, ainda que na época meu adversário fosse do PMDB, centenas de prefeitos do partido me apoiaram formalmente — afirmou Anastasia.

— O PMDB parece que rompeu irreversivelmente (com Pimentel), é a notícia que nós temos. E estamos com canais abertos, hoje mesmo eu conversei com alguns elementos, lideranças do PMDB — complementou o deputado federal Marcus Pestana (PSDB).

APOIO A ALCKMIN

Em Minas Gerais, pelo menos três partidos que aprovam a candidatura do senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo do estado afirmam que, em nível nacional, vão repetir o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB): o PTB, o PSD e o PPS.

Para o presidente estadual do PTB, Dilzon Melo, a candidatura de Alckmin é uma espécie de “tábua de salvação” para os partidos de centro. Segundo ele, a direção nacional já definiu o apoio ao tucano:

— A maioria dos candidatos, todos eles têm um perfil de centro. E, praticamente com o mesmo discurso. Então vai haver necessidade de afunilar. Agora, estou vendo alguma dificuldade nesse afunilamento. O próprio DEM, que sempre foi parceiro e tudo, já começou a dizer que não vai partilhar com o PSDB.

Raimundo Benoni, que comanda o PPS em Minas, diz que há um indicativo no diretório nacional do partido para apoiar Alckmin, fortalecida com as desistências de Joaquim Barbosa e Luciano Hulk. Alexandre Silveira, do PSD de Minas e primeiro suplente de Anastasia no Senado Federal, aponta uma sinergia muito grande para chancelar os tucanos em Minas e no Planalto. Já o PSC é enfático: apoia Anastasia em Minas, mas mantém a candidatura própria de Paulo Rabello à Presidência – garante o deputado e presidente estadual Noraldino Júnior.