domingo, 27 de maio de 2018

Conservador e ex-chavista levam eleição para o segundo turno na Colômbia

Rodrigo Cavalheiro, Enviado Especial a Tibú Catatumbo, Colômbia, O Estado de S.Paulo

O conservador Iván Duque venceu o primeiro turno da eleição presidencial colombiana neste domingo, 27. Com 98,6% das urnas apuradas, ele obtinha 39,1% dos votos. Em segundo lugar, ficou o esquerdista Gustavo Petro (25,09%), ex-guerrilheiro e ex-prefeito de Bogotá. O centrista Sergio Fajardo (23,77%), ex-prefeito de Medellín, avançou na reta final da campanha, mas não conseguiu um lugar no segundo turno, que será disputado em 17 de junho.
Ivan Duque - Colômbia
O candidato presidencial Ivan Duque chega para votar com uma de suas filhas,
em Bogotá  Foto: Luis ACOSTA/AFP
Um deles substituirá o presidente Juan Manuel Santos, que em oito anos no poder chegou a um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), levou um Nobel da Paz por isso, mas tem 14% de popularidade.
Santos votou no centro de Bogotá, sem divulgar sua preferência. Segundo pesquisas prévias à eleição, o favorito é Duque, advogado de 41 anos que representa a escola política do ex-presidente Álvaro Uribe, maior inimigo de Santos. 
Gustavo Petro - Colômbia
O candidato colombiano Gustavo Petro vota acompanhado da filha em Bogotá 
 Foto: AFP PHOTO / Raul ARBOLEDA
Petro enfrenta dificuldades para conseguir votos de centro, por sua ligação histórica com o chavismo, em um momento em que o país recebe milhares de venezuelanos que fogem do governo de Nicolás Maduro.
Fajardo teria, segundo os últimos levantamentos, maior chance de bater Duque em um segundo turno. O voto não é obrigatório no país. Estavam habilitados a votar 36 milhões (700 mil no exterior). A população do país é de 48,6 milhões.

Em regiões como o Catatumbo, área cocaleira disputada por grupos armados na fronteira da Venezuela, ameaças de atentados afetaram a participação. Em Tibú, uma das principais cidades da região, a dúvida sobre a vigência ou não de um "paro armado", ordem da guerrilha para que ninguém saia de casa, inibiu a presença em áreas rurais. 
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Um novato favorito
"Vimos que a participação foi muito baixa nessas regiões mas afastadas, mas normal no centro da cidade", disse ao Estado o promotor Richard Claro, um dos encarregados de levar as mesas de votação aos lugares mais isolados. Na região, se enfrentam grupos como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Exército Popular de Libertação (EPL). Também agem na região uma dissidência das Farc e grupos criminosos tradicionais. Todos lucram com contrabando, extorsão e narcotráfico.