sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ex-dono da Vasp é preso em operação da PF. Enxugando gelo! Enquanto não prenderem Lula e Dilma...

Jailton de Carvalho com Agência Brasil

Wagner Canhedo Filho é detido em flagrante por porte ilegal de arma. Polícia apura uso de empresas de fachada para não pagar impostos. Fraude é estimada em R$ 875 milhões




Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp - Arquivo/13-2-2003
O empresário Wagner Canhedo Filho, ex-dono da Vasp, foi preso em flagrante nesta sexta-feira por porte ilegal de armas em meio à Operação Patriota, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria da Fazenda Nacional, em Brasília. Ele era uma dos alvos da operação que investiga um esquema de fraude fiscal superior a R$ 875 milhões.

Os gestores do Grupo Canhedo, que administram, entre outros negócios, empresas de ônibus, de turismo e o Hotel Nacional – o mais antigo de Brasília e que inspirou o nome da operação –, são suspeitos de usar empresas de fachada para ocultar faturamento de empresas e, com isso, não pagar multas e débitos tributários.

As investigações começaram no ano passado depois que fiscais da Procuradoria da Fazenda Nacional tentaram bloquear o faturamento de seis empresas do grupo para pagamento de débitos na Receita Federal, mas não tiveram sucesso. Isso porque, apesar de ativas, essas empresas não tinham faturamento.

Com as investigações, a PF e a Procuradoria da Fazenda Nacional identificaram que empresas de fachada eram usadas pelos gestores do Grupo Canhedo para ocultar o faturamento das empresas em débito com a Receita Federal. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, sendo um deles na casa do empresário Wagner Canhedo.

Canhedo ficou conhecido nacionalmente no década de 1990, após comprar a companhia de Viação Aérea São Paulo (Vasp). A empresa decretou falência em 2008, com dívidas superiores a R$ 1,5 bilhão.

Os suspeitos responderão por falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e de capitais. Canhedo foi levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal, e foi estipulada fiança no valor de R$ 38 mil.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Polícia Federal informa que, conforme decisão proferida na 10ª Vara Federal do Distrito Federal, a administração das empresas caberá a um auditor fiscal a ser indicado pela Receita Federal.
As investigações foram iniciadas em meados do ano passado e revelam que, para driblar as execuções fiscais existentes contra o grupo, os gestores constituíram outras empresas de fachada, em nome de "testas de ferro". Isso permitia que eles movimentassem livremente os recursos que deveriam saldar suas dívidas — inclusive tributárias, que somam cerca de R$ 875 milhões.

"A medida está prevista no artigo 319 do Código de Processo Penal entre as medidas alternativas à prisão. Com o afastamento dos gestores e a posterior indicação de um auditor fiscal a intenção é garantir que as empresas continuem funcionando e que, portanto, os empregos dos funcionários do grupo sejam mantidos e os valores devidos ao Fisco voltem a ser recolhidos", diz o comunicado.