segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dilma chama Renan para viajar em seu avião para pressionar em favor de Fachin

Com Blog Reinaldo Azevedo - Veja


A presidente Dilma Rousseff é mesmo uma graça. Há sobre ela a avaliação de que é uma pessoa que comete erros honestos. Ou por outra: não seria venal; não atuaria dessa ou daquela maneira para obter ganhos pessoais ou para seu grupo. Tendo a acreditar nisso. Ocorre que o fato de uma pessoa não ser ladra é, sim, condição necessária para que a admire, mas não é condição suficiente.
Pessoas individualmente honestas podem fazer, ou permitir que se façam, coisas muito graves, especialmente quando movidas por uma ideologia torta. O que é uma ideologia torta? É aquela cujas propostas já foram testadas e reprovadas pela realidade. No post seguinte, saberemos outra boa na qual ela se meteu. Continuemos.
Dilma chamou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para viajar com ela para Santa Catarina nesta segunda, para o velório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC). O objetivo da conversa era convencê-lo a não trabalhar contra o nome de Fachin e atuar para ganhar votos para o seu candidato.
Fachin será sabatinado nesta terça pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Se seu nome for reprovado ali, acabou! Se passar, terá de ser aprovado por maioria simples no plenário.
Será que Renan resistiu à pressão? Começaremos a saber nesta terça-feira. Estou cada vez mais convencido de que Fachin tem de ser recusado. Os quatro vídeos que ele publicou no Facebook, numa página registrada em nome de um publicitário que trabalha para o PT, são uma evidência adicional de que tem de ser assim. Nem tanto, mas também, porque aparecem as digitais do partido, mas porque, nos ditos-cujos, o doutor não explica nada e ainda tenta transformar coisas que fez e escreveu em mera boataria articulada por adversários.
De resto, a sua justificativa para explicar a dupla militância — procurador do Estado e advogado — chega a ser constrangedora para quem pretende ser um juiz da corte suprema do país. Se for aquele o entendimento que ele tem do Eetado de direito, e caso seja aprovado, estamos fritos.