terça-feira, 8 de julho de 2014

Executivo da Match apontado como líder do mercado ilegal de ingressos da Copa é solto. Se Lula está solto...

O Estado de S. Paulo

 

Ray Whelan era apontado como líder do mercado ilegal de ingressos da Copa do Mundo e havia sido preso na tarde de segunda-feira


Na madrugada desta terça-feira o diretor da Match, Ray Whelan, conseguiu habeas corpus e foi solto da detenção do 18.º DP do Rio de Janeiro por volta das 4h45, de acordo com informações do canal a cabo Sportv. O britânico é apontado como líder do mercado ilegal de ingressos da Copa do Mundo dentro da cúpula do futebol e, de acordo com a polícia fluminense, Whelan estaria acima do franco-argelino Lamine Fofana, preso na semana passada. A Match é uma empresa associada à Fifa e que tem direitos exclusivos para a venda de pacotes para o Mundial.

O habeas corpus foi concedido pela desembargadora Marília de Castro Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O passaporte de Whelan, que não havia sido entregue à polícia, foi entregue pelos advogados durante a noite. De acordo com os defensores do acusado é uma simples forma de mostrar que ele não tem intenção de sair do Brasil neste período.

Raymond Whelan tem 64 anos e é consultor executivo da Match Services, empresa que tem contrato com a Fifa para comercialização de bilhetes do Mundial até 2023. Ele estava hospedado no Copacabana Palace onde os agentes encontraram 82 ingressos do torneio, vips e comuns, além de um computador e um celular em seu quarto durante o procedimento de busca e apreensão. Ele teve seu passaporte apreendido e tinha a prisão temporária de cinco dias decretada.

O britânico foi preso por volta das 15h40 desta segunda-feira. Ele faria parte de uma quadrilha que fez parte de vendas irregulares de ingressos para a Copa no Brasil. Ainda que Whelan não seja um funcionário da Fifa, ele atua em nome da entidade na organização de pacotes e até do credenciamento de hotéis para a Copa. Nos últimos dias, tem sido a porta-voz da Fifa quem tem respondido pelos problemas, e não o porta-voz da Match. A empresa é ainda controlada pela Infront, uma companhia que tem como acionista Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Em nota, a Match informou que as conclusões da polícia são "precipitadas" e que ficará provado que Whelan não cometeu irregularidades.

Marcos de Paula/Estadão
Ray Whelan foi preso e encaminhado à 18ª DP na tarde de segunda-feira.



A suspeita sobre Whelan surgiu depois que a polícia descobriu um grupo que comercializava há meses ingressos para a Copa. Na semana passada, onze deles foram presos. Inicialmente, a suspeita era de que o franco-argelino Lamine Fofana fosse o responsável pela quadrilha. Mas escutas telefônicas apontaram que havia alguém acima de Fofana, com todos os privilégios e condições de abastecer o grupo com as melhores entradas para o Mundial, muitas delas de camarote.

Após contato por telefone, a delegacia não quis passar mais informações sobre a liberação de Ray Whelan.