quarta-feira, 30 de julho de 2014

BC americano corta mais US$ 10 bilhões de programa de estímulo à economia

A partir do mês que vem, compras mensais de títulos serão de US$ 25 bilhões

 
A presidente do Fed, Janet Yellen, durante audiência no Senado americano - Andrew Harrer / Bloomberg



WASHINGTON - O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou nesta quarta-feira o corte de mais US$ 10 bilhões de seu pacote de estímulo à economia, levando as compras menais de títulos a US$ 25 bilhões. Foi a sexta redução consecutiva, desde dezembro, quando o programa começou a ser gradualmente encerrado.

Na última reunião, em junho, a presidente do Fed, Janet Yellen, sinalizou que o programa de compras menais poderia encerrar ainda em outubro, quase um ano após o início do chamado tapering. Pelo atual ritmo, a instituição cortaria mais US$ 10 bilhões em setembro, e encerraria o ciclo com um corte final de US$ 15 bilhões em outubro.

Segundo o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), os dados de mercado de trabalho ainda estão abaixo do desejável — embora a taxa de desemprego tenha caído a 6,1% em junho, a menor desde 2008.

“Uma parcela dos indicadores do mercado de trabalho sugere que ainda existe uma subutilização significante dos recursos de trabalho”, disse o Fomc em comunicado.

A inflação, no entanto, outro indicador observado de perto pelo Fed para definir os rumos da política monetária, apresentou melhoras. Ao contrário do Brasil, onde a escalada dos preços preocupa, os baixos índices de preços nos EUA são um sinal de fraqueza da economia.

“A probabilidade de a inflação rodar persistentemente abaixo de 2% diminuiu de certa forma”, analisou o comitê.

A decisão foi anunciada horas após o Departamento de Comércio americano divulgar que a economia do país cresceu 4% ao ano no segundo trimestre, ritmo mais forte que o esperado pelo mercado, revertendo as perdas do primeiro trimestre, que havia sido prejudicado pelo inverno rigoroso. Os dados divulgados nesta segunda mostraram ainda uma aceleração da inflação medida por um dos índices de preços avançou 2,8% no segundo trimestre, maior taxa em três anos.