quinta-feira, 31 de julho de 2014

Mediocridade de Dilma é contagiante: Setor público tem o pior superávit dos últimos 12 anos

Veja

Governos regionais e estatais não conseguiram compensar o resultado negativo de R$ 2,7 bi do governo central

Fica cada vez mais difícil cumprir a meta fiscal do ano
Fica cada vez mais difícil cumprir a meta fiscal do ano (André Duzek/Estadão Conteúdo/VEJA)


O setor público consolidado (governo central, estatais, Estados e municípios) apresentou déficit primário de 2,1 bilhões de reais em junho. O resultado veio pior do que o projetado por analistas, que apontavam saldo positivo de 200 milhões de reais no mês passado. Em maio, o resultado negativo, de 11,05 bilhões de reais, foi o maior rombo desde dezembro de 2008, quando o resultado negativo foi de 20,95 bilhões e também a primeira vez que é registrado um déficit em meses de maio.

Segundo o BC, o governo central apresentou déficit primário de 2,7 bilhões de reais e os governos regionais e as empresas estatais, superávits de 113 milhões de reais e 518 milhões de reais, respectivamente. Na quarta-feira, porém, o Tesouro Nacional divulgou um número diferente para este déficit primário (diferença entre os gastos e receitas): 1,95 bilhão de reais. O governo central é formado pelas contas do Tesouro, do Banco Central e da Previdência Social. Este foi o pior resultado para junho desde o início da série histórica.

No ano, o superávit acumulado alcançou 29,4 bilhões de reais, ante 52,2 bilhões no mesmo período de 2013. Considerando-se os fluxos acumulados em doze meses até junho, o superavit primário atingiu 68,5 bilhões de reais, o  equivalente a 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado ruim mostra que as contas públicas seguem influenciadas pela economia fraca, o que tem levado o governo a recorrer às receitas extraordinárias para tentar fechar suas contas. Neste ano, a projeção é de que elas somarão 31,6 bilhões de reais. Também têm pesado as fortes desonerações tributárias que, no semestre passado, somaram cerca de 51 bilhões de reais, quase 45% a mais do que em igual período de 2013.

Em 2014, a meta de superávit primário do setor público consolidado (a soma das contas do governo central, Estados, municípios e estatais) é de 99 bilhões de reais, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).