domingo, 2 de janeiro de 2022

Com China e Japão, maior pacto comercial do mundo entra em vigor

Segundo dados do Banco Mundial, a parceria implicará 30% da economia mundial e 30% da população do planeta


Países do RCEP | Foto: Reprodução/Government of Singapore
Países do RCEP | Foto: Reprodução/Government of Singapore

Entrou em vigor em 1º de janeiro a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), formada por países da Ásia e da Oceania, incluindo China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Segundo dados do Banco Mundial, a parceria implicará 30% da economia mundial e 30% da população do planeta, chegando a aproximadamente 2,3 bilhões de consumidores.

Em comparação, o acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) cobre 28% do comércio mundial, enquanto o Mercado Único da União Europeia ocupa um distante terceiro lugar, com quase 18%.

De acordo com o RCEP, cerca de 90% das tarifas comerciais dentro do bloco serão eliminadas. O comércio inter-regional. A parceria também estabelecerá regras comuns sobre comércio, propriedade intelectual, e-commerce e competição.

Segundo comunicado da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), “a entrada em vigor do Acordo RCEP é uma manifestação da determinação da região em manter os mercados abertos”.

A associação afirma que o pacto visa fortalecer a integração econômica regional; apoiar um sistema de comércio multilateral aberto, livre, justo, inclusivo e baseado em regras; e, em última análise, contribuir para os esforços globais de recuperação pós-pandemia.

Atualmente a parceria é integrada pelos dez países que o ratificaram até o dia 2 de novembro de 2022: Austrália, Brunei, Camboja, China, Japão, Laos, Nova Zelândia, Singapura, Tailândia e Vietnã.

A Coreia do Sul se unirá ao bloco no próximo dia 1º de fevereiro e o resto dos Estados 60 dias após a ratificação.

A avaliação de especialistas é que as vantagens do RCEP serão desiguais entre os membros signatários. A China, de longe a maior economia da região, deve ser a maior beneficiada, junto com o Japão e a Coreia do Sul.

A China atualmente não tem nenhum acordo bilateral com o Japão e apenas um acordo limitado com a Coreia do Sul, seus terceiro e quinto maiores parceiros comerciais, respectivamente.

A Índia decidiu não se juntar ao bloco comercial durante as negociações do estágio final em 2019, por temer que seria inundado com importações baratas da China. Os Estados Unidos também estão de fora.

Afonso Marangoni, Revista Oeste