'Validar posições políticas antagônicas não tem o nosso respaldo', afirmou Bruno Araújo
A provável união entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (que deixou o PSDB e está sem partido) desagradará a cúpula tucana. É o que deixou claro o presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, que classificou a iminente parceria eleitoral como “a maior história de incoerência política do Brasil pós-redemocratização”.
“Eu vejo [Alckmin] como alguém que pode até eventualmente virar vice-presidente da República. É algo possível pelo indicativo de pesquisa de opinião de hoje, mas será um vice-presidente que vai carregar a maior história de incoerência política do Brasil pós-redemocratização”, afirmou Araújo em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo o líder tucano, o PSDB poderia até dialogar eventualmente com o PT, mas os dois partidos — que polarizaram as disputas presidenciais entre 1994 e 2014 — têm visões antagônicas sobre o melhor caminho para o país.
“Dialogar, conviver e conversar é uma coisa. É fundamental, é civilizado. Validar posições políticas antagônicas é que não tem o nosso respaldo”, criticou Araújo. “Geraldo Alckmin discordou do ponto de vista político, ideológico e de ações do PT durante décadas. Um dia ele acordou com uma compreensão de que tudo que achava estava errado”, completou.
As negociações entre Lula e Alckmin passam pela necessidade de o ex-tucano se filiar a um partido que se alie ao PT na disputa presidencial de outubro. Até o momento, a maior possibilidade é que Alckmin entre no Partido Socialista Brasileiro (PSB), que deve indicar o vice de Lula.
Além do PSB, Alckmin vem conversando com o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e com o Solidariedade do deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical. O PSD garante que mantém de pé a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao Palácio do Planalto e nega eventual apoio a Lula.
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