“A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, dizia o provérbio.
Guardadas as devidas proporções, isso deve ser aplicado para um ministro de uma corte de contas que se propõe a investigar um ex-magistrado que condenou um ex-presidente da República envolvido em inúmeros e escabrosos casos de corrupção.
Ora, no momento em que esse ex-presidente resolve disputar novamente eleição visando retornar ao cargo, e realiza um jantar em prol dessa pretensa candidatura, não fica bem para o ministro participar desse tipo de evento, em clara demonstração de apoio ao ‘ex-criminoso’.
Entretanto, foi justamente isso que fez o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União.
Prestigiou o jantar de Lula e, no momento seguinte, intensificou investigações contra o ex-juiz Sérgio Moro.
Em uma rede social, Moro se posicionou com firmeza:
"Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões. Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma".
Gonçalo Mendes Neto. Jornalista.
Jornal da Cidade