Poucos anos atrás, tentaram roubar minha bicicleta em Paris. Cheguei segundos antes do ladrão terminar de cortar o cabo que a prendia num poste. Gritei. Ele se levantou, riu e saiu andando como se estivesse desfilando numa passarela. Era árabe muçulmano.
Comentei sobre isso com o atendente da loja em que fui comprar outro cadeado para a bicicleta. Um chileno. Soube, então, que crimes “pequenos” como este estavam se tornando uma praga na cidade. Todos cometidos por imigrantes árabes, recém aceitos legalmente no país. Uma massa de pessoas que colocam os pés na França já tendo direito a tudo, recebendo casa e comida do governo, com processos de naturalização encaminhados.
Por coincidência, eu passava todos os dias por dentro de um bairro que concentrava esses imigrantes. Destoando do resto da cidade, viam-se muitos grupos de homens jovens desocupados nas ruas, mexendo com as mulheres e oferecendo drogas − ainda estou falando de Paris! Comecei a pesquisar. Além de matérias sobre roubos e furtos, achei também vídeos sobre saques a ônibus de turistas e agressões a cidadãos nas ruas.
Informava-me sobre isso enquanto ainda estava na cidade, também vendo nas ruas imigrantes ilegais de outras regiões do mundo – principalmente da África – trabalhando honestamente com qualquer coisa que lhes era possível.
Ou seja: os imigrantes legais não precisam nem trabalhar, nem respeitar as leis, mas os ilegais precisam!
Voltei para o Brasil. Pouco tempo depois, Paris foi tomada por uma onda de vandalismo promovida por imigrantes árabes muçulmanos.
Recentemente, alguns países da América Latina também tiveram seus dias de terror. Até alguns dias atrás, protestos violentos explodiam nos Estados Unidos e em alguns lugares da Europa, sob a justificativa de que era uma luta contra o fascismo, contra o racismo e blá blá blá.
A pergunta que ecoa: Como o ocidente, tão desenvolvido em tantas coisas, promotor dos princípios de liberdade individual e de propriedade privada, se permite ser eventualmente aterrorizado por pequenos grupos de baderneiros?
Respondo: Porque o ocidente promoveu a liberdade dissociada da responsabilidade. Ao se abster de cobrar responsabilidade individual de certos grupos de pessoas, corrompeu a liberdade. Ao adotar políticas de categorização social que identificam cidadãos especiais, estimulou a delinquência e o crime.
Do que adianta cidadãos honestos terem certas liberdades ao mesmo tempo em que estão legalmente sujeitos a insultos, prejuízos e agressões de qualquer pessoa com algum discurso coletivista na ponta da língua?
Qualquer papo-furado serve de argumento para indivíduos adultos não serem responsabilizados por suas ações. O imigrante árabe muçulmano não pode ser processado por roubo ou por vandalismo em muitos países europeus porque ele foi qualificado como “vulnerável”. Qualquer pessoa de pele escura nos Estados Unidos pode se aproveitar do assassinato de um cidadão negro para depredar e saquear lojas da sua cidade. No Brasil, milícias socialistas podem promover o caos simplesmente porque são socialistas.
Quando se inicia qualquer um desses atos, advogados pagos por grupos de esquerda já se encontram nas delegacias de cada região, prontos para defender os vândalos detidos. Qualquer reação da polícia é denunciada como repressão gratuita e violenta. Bandidos são tratados como anjos. Policiais são tratados como monstros ávidos pelo sangue das minorias. Poucos dias atrás, um “antifascista” americano ateou fogo num policial, ciente de que estava sendo filmado. O crime sequer foi noticiado na grande imprensa.
Então, nos lembramos da Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, que retira a autoridade do professor, transformando cada jovem num agente de reparação histórica e social. Um adolescente não pode ser responsabilizado nem pelas notas baixas que tira, nem pelas agressões que comete dentro e fora da escola. A violência que ele exprime é a violência que sua classe social sofre ou já sofreu. Portanto, deve ser aceita, principalmente por suas vítimas.
A grande maioria dos países desenvolvidos têm suas próprias versões dessa doutrina de desconstrução social. Por isso vemos tantos absurdos em países que, do nosso ponto de vista miserável, nos parecem tão desenvolvidos.
O vandalismo individual ou coletivo é apenas o resultado mais escandaloso da destruição da responsabilidade. O socialismo conseguiu convencer metade do planeta a confiar ao estado sua aposentadoria, sua saúde, sua segurança e a educação de seus filhos.
Liberais e conservadores precisam incluir a responsabilidade individual em todas as suas manifestações em favor da liberdade. Protestos violentos como os que voltam a acontecer no país precisam ser encarados como ações terroristas. Seus membros devem ser presos e processados. Não podemos mais aceitar que um cidadão honesto e pacífico esteja subordinado a tantas responsabilidades e os criminosos não.
A aprovação de leis de repressão ao vandalismo é tão importante quanto a liberalização da economia, porque não tem sentido todas as pessoas terem liberdade para viver e prosperar enquanto algumas podem matar e causar prejuízos às outras.
João Cesar de Melo
Texto publicado originalmente no site Instituto Liberal
Jornal da Cidade