De acordo com as autoridades, R$ 9 milhões teriam sido desviados da saúde; Justiça expediu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão

Instituto dos Lagos Rio teria desviado R$ 9 milhões da saúde | Foto: MARCELO CASALL/AGÊNCIA BRASIL
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deu início na manhã de hoje à operação Pagão que investiga operadores da Organização Social (OS) Instituto dos Lagos Rio. A empresa administra hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da rede estadual.
De acordo com a Justiça, R$ 9 milhões teriam sido desviados da saúde. Foram expedidos sete mandados de prisão a serem cumpridos no Rio de Janeiro e em São Paulo e outros 14 de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas até o momento, informa a TV Globo:
1- O ex-dirigente e atual fornecedor da OS, Sildney Costa, preso em Vargem Grande, zona Oeste do Rio;
2- O diretor-presidente do Instituto Lagos Rio, José Marcus Antunes Andrade, foi preso na cidade de São Paulo.
José Marcus é cunhado do operador da OS, Juracy Batista, que mora em SP e não foi localizado. Juracy está afastado do quadro social da OS desde 2012. Contudo, de acordo com as investigações, continuava atuando com influência no esquema de desvios.
Operação Pagão
Segundo a denúncia do MPRJ, o Instituto dos Lagos Rio teve empenhados em seu favor R$ 649 milhões entre os anos de 2012 e 2019, para a gestão de unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, teria comprovadamente desviado parte substancial dos valores.
Conforme a Justiça demonstra, a organização social não dispunha de nenhuma aptidão para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjou sua capacitação técnica graças a obtenção de atestados técnicos falsos de operadores camaradas.
O desvio de dinheiro público se dava com o pagamento de valores superfaturados em favor de sociedades empresárias, sob o pretexto da aquisição de produtos ou terceirização de serviços necessários ao atendimento das UPAs e Hospitais administrados pelo Instituto Lagos Rio.
A ação narra que as contratações de serviços e as aquisições eram direcionadas para empresas pré-selecionadas, controladas ou previamente ajustadas para o esquema.
Cristyan Costa, Revista Oeste