sexta-feira, 26 de junho de 2020

Democrático? Movimento “Direitos Já” barra participação de Moro e sofre com dissidências

Grupo conta com petistas e tucanos, mas a presença do ex-ministro de Jair Bolsonaro foi barrada por integrantes. Ato é voltado a críticas ao presidente da República
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Presença de Moro foi barrada em ato “democrático” | Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
“Sistema em que cada cidadão tem sua participação”. É assim que o dicionário Michaelis define, entre outros pontos, o verbete “democracia”. Para um movimento virtual que se diz democrático não é a participação de todo mundo que é bem-vinda.
Idealizado por meio das redes sociais ao decorrer das últimas semanas, o movimento denominado “Direitos Já” promete realizar ato online na noite desta sexta-feira, 26. Apesar de falar em defesa da democracia, o comando da ação barrou a presença de Sergio Moro, ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro.
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De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a possibilidade de Moro participar do evento online gerou revolta em Guilherme Boulos. Líder de movimento sem teto e candidato do PSOL à presidência da República, avisou que se Moro entrar por uma porta, ele sai por outra.

Desistências

Com o movimento “Direitos Já” ganhando status de atividade contra Bolsonaro, desistências já vinham ocorrendo nos últimos dias. Foram os casos, por exemplo, dos ex-presidentes Michel Temer e José Sarney. O mesmo ocorreu com Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Antes confirmados, os nomes dos três não aparecem na postagem de ontem feita pelo grupo no Facebook.

Petistas e tucanos

Além de artistas e figuras da mídia, como Luciano Huck, a lista de chamada do “Direitos Já” conta com petistas e tucanos. Pelo lado do PT aparece o ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado no pleito de 2018 Fernando Haddad. No PSDB, quem aparece é Geraldo Alckmin, ex-governador paulista e também derrotado nas urnas há dois anos.

Nem a esquerda está unida

Mesmo reforçando em seu manifesto que a razão de existir é criticar Bolsonaro e aliados, o movimento não consegue unir nem a esquerda. Os ex-presidentes Lula e Dilma são duas figuras do PT — e da esquerda — que fizeram questão de não se alinharem à iniciativa.

, Revista Oeste