Dinheiro deveria voltar aos cofres públicos dos Estados do Nordeste
Um dia após o “Covidão Paraense” surgir no noticiário com a informação de que o então secretário adjunto de Saúde do Estado tinha R$ 750 mil em sua casa, é a vez do “Covidão Nordestino” ganhar vez na imprensa. Nesta quinta-feira, 11, um empresário nordestino avisou que a devolução de parte do dinheiro que deveria ser feita aos cofres públicos dos Estados da região não irá ocorrer. Isso porque ele gastou a grana.
A saber, a afirmação sobre a não devolução foi feita por Paulo de Tarso. Ele é sócio da Biogeoenergy, empresa que recebeu R$ 24 milhões para fabricar respiradores. O dinheiro foi pago pela Hempcare, que, por sua vez, foi contratada pelo Consórcio Nordeste por R$ 48,7 milhões, justamente com a missão de entregar os equipamentos aos nove Estados da região. Os respiradores, contudo, não foram entregues. Dessa forma, as duas empresas se tornaram alvos da Operação Ragnarok.
De acordo com Paulo de Tarso, não foi culpa de sua empresa os respiradores não terem sido entregues. Aliás, ele garante que os R$ 24 milhões que recebeu foram sumariamente gastos para fabricação dos equipamentos necessários no tratamento de pessoas que apresentam gravidade por causa da covid-19. Dessa forma, o empresário envolvido no noticiário do “Covidão Nordestino” informa que os governos locais ficarão sem ver o dinheiro.
Fluxo de caixa
“Primeiro, quando uma empresa recebe dinheiro, coloca no fluxo de caixa. Evidente que o dinheiro foi utilizado para compra de peças para respiradores, para tudo. O dinheiro pertence à empresa, que utiliza no que bem entender. Utilizamos no que bem entendemos”, disse Paulo de Tarso em entrevista à TV Bahia, emissora afiliada à Rede Globo, conforme informa o G1.
“Todo o dinheiro foi gasto”
“Compramos muitas peças, bastante equipamento. Todo o dinheiro foi gasto com ventilador e caixa da empresa”, prosseguiu o sócio da Biogeoenergy, empresa que tem sede em Araraquara, cidade do interior de São Paulo. No âmbito do “Covidão Nordestino”, Paulo de Tarso chegou a ser detido, conforme noticiou Oeste. Nesse sentido, o mesmo ocorreu como Cristina Prestes e Luiz Henrique Ramos, responsáveis pela Hempcare. O trio, contudo, foi solto na última semana, devido ao fim do prazo do pedido de prisão temporária.
Sem contrato com o Consórcio do Nordeste
Além das declarações de seu sócio, a empresa que deveria produzir os respiradores se posicionou oficialmente. Em nota divulgada em seu site, a companhia ressalta que não foi contratada pelo movimento nordestino. Com isso, defende-se das acusações. Garante, entre outros pontos, que não tem “nenhuma responsabilidade sobre a quebra de contrato da Hempcare com os governos do Nordeste”.
A empresa do interior paulista aproveita, contudo, para divulgar o seu produto. “Nossa empresa desenvolveu um ventilador pulmonar de última geração, único no Brasil, feito atendendo a todas as especificações da Anvisa. Chamado de Respira Brasil, o equipamento passou em todos os testes a que foi submetido e aguarda apenas a autorização do órgão federal para que a produção comece”.
Apesar de tentar realizar ação de marketing mesmo estando envolvida no “Covidão Nordestino” e sendo alvo de operação conduzida pela Polícia Federal, a promoção não se confirma. Isso porque a Anvisa informou, na semana passada, que a Biogeoenergy não tem permissão para fabricar equipamentos médicos.
Anderson Scardoelli, Revista Oeste
Em tempo: a bandalheira tem o patrocínio do STF. Que determinou ao governo federal transferir a governadores e a prefeitos a grana para o combate ao vírus chinês. A torcida do Flamengo sabia que tudo isso ia acabar em corrupção. O Supremo faz de conta que não é com ele. Mas, depois que soltou Lula e outros ladrões, quem acredita na Corte? O Covidão não pode ser debitado diretamente na conta de governadores e prefeitos. O STF foi o 'intermediário' da falcatrua. Alguém tem dúvida?