Checar os fatos sempre foi obrigação dos jornalistas. No entanto, no início nos anos 90, teve início uma nova modalidade: a checagem como forma de influenciar a política.
Foi na disputa entre Bill Clinton e George Bush, pela presidência dos EUA, quando a CNN colocou jornalistas para checar a veracidade das propagandas eleitorais. As primeiras agências independentes de “checagem de fatos” surgem nos EUA no início dos anos 2000, inspiradas nessa experiência.
No Brasil, as primeiras experiências foram feitas em 2010, pela Folha de S. Paulo, com o Mentirômetro. E as primeiras agências surgem em 2015. A tese era de que as fake news estavam sendo utilizadas como instrumento de influência ideológica ou política e as pessoas estavam indefesas, não ferramentas para identificar e coibir a disseminação de mentiras.
O problema, na verdade, não foi o avanço de "fake news". Sempre houve boatos, fofocas e notícias falsas. Em 2014, por exemplo, várias campanhas do PT e PSDB foram tiradas do ar por causa disso. Até mais do PT do que do PSDB.
A influência ideológica também nunca incomodou. Basta ver que tivemos 14 anos de governo PT, que é assumidamente socialista, e ninguém fala sobre isso. As idéias socialistas circulam livremente e são difundidas nas escolas e universidades com a maior naturalidade.
O real problema foi a perda de credibilidade dos grandes jornais, que ocorreu justamente pela forma parcial e ideológica com que dão as notícias.
Como nem todo mundo é trouxa, o resultado é que cada vez mais gente procura fontes alternativas de informação. Por isso essas fontes se tornaram o principal alvo das agências de checagem.
Afinal, se não dá para recuperar a credibilidade dos grandes jornais da imprensa mais tradicional, resta tentar tirar a credibilidade das mídias alternativas.
Confira:
Herbert Passos Neto
Jornalista. Analista e ativista político
Jornal da Cidade