Antes de decidir manter Abraham Weintraub no MEC, presidente da República pediu que ministro o ajude a esfriar clima de tensão com o Supremo
Após reunião realizada nesta segunda-feira no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu manter Abraham Weintraub à frente do Ministério da Educação. Apesar disso, Bolsonaro solicitou ao ministro que o ajudasse a arrefecer as tensões entre o Poder Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste domingo, 14, o ministro da Educação se reuniu com aproximadamente 15 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O auxiliar manifestou apoio às mobilizações em favor do governo federal e à atos classificados como “antidemocráticos” pela esquerda. O gesto, entretanto, resultou em críticas de integrantes do Centrão e foi vista como uma espécie de provocação aos membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Recados
Na reunião desta segunda-feira, o presidente da República disse a Weintraub que era momento de ele “submergir”, ou seja, afastar-se de eventuais polêmicas principalmente em relação ao STF. Weintraub é um dos maiores críticos dos ministros do Supremo e esse tipo de manifestação pública, conforme auxiliares do presidente, tem dificultado uma relação mais azeitada com o Poder Judiciário. “O ministro entendeu o recado. Agora é momento de baixar a temperatura”, admitiu um auxiliar presidencial em caráter reservado à Oeste.
Nas últimas semanas, membros do Centrão e até ministros do Supremo têm pressionado o presidente a exonerar o ministro da Educação. Entretanto, uma eventual saída de Weintraub do governo é tida como sensível para o presidente. Ele sabe que o ministro é a personificação do “bolsonarismo raiz” entre seus ministros. Ao contrário de outros ex-auxiliares, Weintraub é elogiado pelos filhos do presidente e pela maioria de seus militantes. Principalmente na internet.
Wilson Lima, Revista Oeste