A menos de um mês para a Copa do Mundo na Rússia e de cinco meses para as eleições presidenciais é difícil dizer em qual dos dois eventos é maior a indiferença do brasileiro.
O entusiasmo com a seleção pode crescer, se os três primeiros jogos entusiasmarem o torcedor. Como os adversários são de terceira linha, é possível que haja alguma empolgação. Ainda assim, com um pé atrás.
O futebol brasileiro há muito deixou de atrair a atenção do grande público. Mesmo com alguns estádios cheios, o nível é muito baixo. Só os fanáticos vibram quando ocorre a vitória do time do coração.
Tecnicamente, na média, o futebol praticado no país é quase medíocre. As exceções confirmam a regra. Mesmo porque, com os jogos envolvendo Barcelona, Real Madrid, Bayern, Manchester United, Manchester City... sendo transmitidos para o Brasil, a comparação com os nossos times chega a ser humilhante.
E as eleições de outubro?
Com as principais lideranças políticas no xilindró ou separando a escova de dente, porque quem ainda não foi preso deverá ser trancafiado a qualquer momento, a escolha por alguém confiável parece cada vez mais difícil.
Os chefões dos partidos políticos inviabilizaram a renovação. No máximo, os velhos 'proprietários' de legendas que estão abandonando a 'carreira' escalam filhos, netos, irmãos para continuarem as falcatruas que vêm de longe, mas que chegaram à exaustão na era Lula.
Durante mais de uma década, nos governos Lula-Dilma, ficou evidente que 'o crime compensa'.
A fúria com que Lula, Renan, Aécio, Dilma, Temer, Sarney, Jucá e cia. atacaram o bolso do povo provocou um desânimo no eleitor sem precedente.
A indiferença em relação às urnas faz sentido. E, diga-se, o Judiciário alimenta a descrença na política em face da morosidade para julgar bandido. E pior, a cumplicidade de juízes como Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Tófolli com os criminosos do colarinho sujo.
É isso!
O desânimo estampado no rosto do brasileiro parece sem prazo para ser convertido em otimismo.