
O Globo
Um laudo da Polícia Federal (PF) juntado ao processo do sítio de Atibaia, na tarde desta quarta-feira, diz que a reforma do imóvel foi bancada com o dinheiro de caixa 2 do Grupo Odebrecht. Esta é a terceira ação penal que o ex-presidente Lula responde na Operação Lava-Jato de Curitiba, onde o petista já foi condenado no caso do tríplex de Guarujá e cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão na superintendência da PF.
O ex-presidente é acusado de ter sido beneficiado por reformas no sítio, feitas pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, avaliadas em R$ 1,05 milhão.
O documento contribui para confirmar o depoimento do engenheiro da obra, Emyr Costa Junior. Ele afirmou ao juiz Sergio Moro que R$ 700 mil utilizados pela empreiteira para a reforma do imóvel foram pagos com recursos do centro de custo da obra do Aquapolo, feita pela Odebrecht no interior de São Paulo. O dinheiro teria saído do Setor de Operações Estruturadas, o chamado departamento de propina da empresa.
O laudo tem como base uma análise feita nos sistemas Drousys e Mywebday, onde funcionários da Odebrecht registravam pagamentos da contabilidade de paralela da empresa.
Em resposta a questionamentos de Moro, da defesa de Lula e da acusação, feita pelo Ministério Público Federal (MPF), os peritos informam que as informações extraídas dos sistemas financeiros da Odebrecht são íntegras e confiáveis. No entanto, fazem a ressalva de que os dados não abrangem todo o período de funcionamento do sistema que vigorou até 2015, sendo possível analisar as informações entre 2 de janeiro de 2006 e 10 de abril de 2012.