terça-feira, 15 de maio de 2018

Doleiro que delatou na Lava Jato volta a ser preso pela PF

Guilherme Venaglia, Veja


Polícia Federal está nas ruas na manhã desta terça-feira, 15, para cumprir cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária e oito ordens de busca e apreensão, na ação batizada de Operação Efeito Dominó. Trata-se de uma continuação da Operação Spectrum, que, em julho de 2017, levou para atrás das grades um dos maiores traficantes da América Latina, Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca“.
Segundo a PF, chama a atenção o envolvimento de dois doleiros já envolvidos em investigações anteriores do órgão, em especial o Caso Banestado e a Operação Lava Jato. Em especial, o fato de um deles “ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)”.
Em nota, o órgão afirma que avisará a PGR e o STF para avaliarem eventual quebra de acordo. O doleiro, que não teve o nome revelado até o momento, já teve o mandado cumprido e está preso.
O alvo da ação de hoje, diz a PF, é “uma complexa e organizada estrutura destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de entorpecentes”. Pelas investigações, traficantes como Rocha tinham grande quantidade de reais e precisavam de dólares para negociar com fornecedores de cocaína no exterior.

Spectrum

A quadrilha comandada pelo “Cabeça Branca” ficou conhecida uma das maiores e mais atuantes da América Latina. A atuação começava desde a produção em regiões de selva de países como a Bolívia, o Peru e a Colômbia até a “exportação” para a Europa e os Estados Unidos, passando pela distribuição e estrutura de transportes no Paraguai e no Brasil.

Durante a operação do ano passado, a PF apreendeu 4,5 milhões de dólares em dinheiro e 1 tonelada e meia de cocaína, além de bens como joias, carros, relógios e computadores. A investigação estimou o patrimônio de Luiz Carlos da Rocha, adquirido exclusivamente com o tráfico, em cerca de 100 milhões de dólares.