Com O Estado de S.Paulo, Reuters, AP e AFP
WASHINGTON - A Coreia do Norte suspendeu um encontro de autoridades de alto escalão com a Coreia do Sul, previsto para a quarta-feira, 16, em razão da realização de manobras militares conjuntas entre Seul e Washington que, na sua opinião, vão na contra-mão da tendência de retomada dos laços norte-sul.
Segundo a agência sul-coreana de notícias Yonhap, a KCNA, agência oficial norte-coreana, também teria afirmado que os exercícios militares ameaçavam a realização, em 12 de junho, de uma reunião história entre Kim Jong-un e o presidente americano, Donald Trump, em Cingapura.
"Estes exercícios, do qual somos alvo e que estão sendo conduzidos na Coreia do Sul, são um flagrante desafio à Declaração de Panmunjom e uma provocação militar intencional que vão no sentido contrário dos desenvolvimentos políticos positivos na Península Coreana", disse a Yonhap, citando a KCNA.
"Os Estados Unidos também terão que realizar cuidadosas deliberações sobre o destino da planejada cúpula da Coreia do Norte-EUA, à luz deste tumulto militar provocativo conduzido em conjunto com as autoridades sul-coreanas."
Apesar da aparente ameaça norte-coreana, os EUA afirmaram que os preparativos para a reunião dos líderes não será interrompida. "Seguimos avançando (nos preparativos da cúpula)", disse Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.
Ela disse também que Washington não foi "notificada" da suposta advertência norte-coreana relatada pela Yonhap.
Tóquio, Pequim e Seul discutem questão norte-coreana
O encontro de quarta-feira entre as autoridades das duas Coreias tinha como objetivo planejar a implementação da declaração assinada em 27 de abril durante a Cúpula Intercoreana no vilarejo fronteiriço de Panmunjom, incluindo as promessas de encerrar formalmente a Guerra da Coreia e buscar uma "completa desnuclearização", informou o Ministério para a Unificação de Seul, que cuida dos contatos com Pyongyang.
A KCNA chamou a "Max Thunder", nome oficial das manobras aéreas entre Seul e Washington que envolveriam bombardeiros B-52, de uma "provocação" e disse não ter outra escolha a não ser suspender as conversas com o Sul.