
MOSCOU — O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que a Rússia está pronta para apoiar o Iraque em seus esforços contra a ameaça terrorista, principalmente a do Estado Islâmico (EI). A declaração de Lavrov foi feita durante uma reunião com o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, à margem da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta sexta-feira.
O chanceler e o premier discutiram ainda a situação no Oriente Médio, com foco no combate ao terrorismo. Lavrov não mencionou a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra os extremistas, da qual fazem parte mais de 40 países, dizendo apenas que a Rússia iria proteger os interesses do Iraque. Pelo menos um funcionário do Ministério do Exterior russo disse anteriormente que Moscou não participaria da coalizão.— Durante a reunião, Lavrov confirmou o apoio da Rússia à independência, integridade territorial e soberania do Iraque — disse o ministério, citado pela agência estatal Itar-Tass. — Moscou está pronta para continuar o apoio ao Iraque em seus esforços na luta contra a ameaça terrorista e, antes de tudo, contra o Estado islâmico.
Enquanto Lavrov fez a promessa ao Iraque, a Rússia tem sido muito mais cautelosa em relação à sua aliada Síria, que também foi invadida pelo Estado Islâmico. O presidente Vladimir Putin disse ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na segunda-feira, que quaisquer ataques aéreos no país deveriam ser realizados com o consentimento do governo de Bashar al-Assad.
Os Estados Unidos já lançaram cerca de 200 ataques aéreos no Iraque e abriram nesta semana uma nova frente de combate ao bombardear alvos jihadistas na Síria, com o apoio de cinco países árabes. Na madrugada desta sexta-feira, forças americanas e aliados realizaram novos ataques contra instalações petroleiras sob controle do Estado Islâmico em duas províncias sírias, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
DINAMARCA SE JUNTA À LUTA CONTRA O EI
O governo dinamarquês anunciou nesta sexta-feira que está se juntando à coalizão liderada pelos EUA para participar dos ataques aéreos contra o EI no Iraque. Reino Unido e Bélgica debatem, nesta sexta-feira, seu envolvimento na coalizão, enquanto a Holanda já anunciou que fará parte das ações militares. Os países europeus não planejam participar de ataques contra a Síria.
A primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt disse que seu governo vai enviar quatro jatos F-16 para operações e três de reserva, além de 250 pilotos e pessoal de apoio.
A missão vai durar 12 meses. Ela pediu que outros países também participem da operação.
— Ninguém deve se esquivar neste caso. Todos devem contribuir — afirmou.
O Parlamento dinamarquês vai votar a medida, o que é considerado uma formalidade. Nenhuma data, porém, ainda foi estabelecida para a votação.