quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Polícia Federal: Paulo Roberto Costa, quadrilheiro da gangue Lula-Dilma, montou esquema de lavagem com genro

Cleide Carvalho - O Globo

Operador era Humberto Sampaio Mesquita, marido de uma das filhas de ex-diretor da Petrobras

aulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, montou esquema paralelo de desvio de recursos e lavagem de dinheiro operado sem o doleiro Alberto Youssef. Segundo investigações da Polícia Federal, o operador financeiro do esquema era Humberto Sampaio Mesquita, marido de uma das filhas de Costa.

Enquanto Youssef trabalhava com recursos de grandes obras e empreiteiras, Mesquita operava valores menores, de fornecedores secundários. As empresas ligadas à família de Costa foram alvo de busca e apreensão da PF no último dia 22 de agosto. Pelo menos nove fornecedoras da estatal e subcontratadas delas fizeram pagamentos a essas empresas.

Mesquita é apontado pela PF como dono do Grupo Pragmática, que reúne a Pragmática Consultoria, a Pragmática Desenvolvimento Empresarial e a MR Pragmática. Na Pragmática Consultoria, Mesquita é sócio de Marcelo Barboza Daniel, que repassou R$ 1,9 milhão para Costa a título de empréstimo e doou R$ 1 milhão a Mesquita. Nas demais empresas do Grupo Pragmática, Daniel aparece com outros sócios, mas as retiradas de lucro são apenas dele. De acordo com o Ministério Público Federal, Daniel obteve “espantoso crescimento patrimonial entre 2010 e 2013”.

A MR Pragmática e a BAS Consultoria receberam verbas da Alusa Engenharia, do Consórcio Alusa-CBM, do Consórcio Alusa- MPE e da Cavo, que pertence à Estre Ambiental. A Alusa tem contrato de R$ 671,7 milhões em serviços prestados nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo superfaturamento pode chegar a R$ 1,324 bilhão. A família Costa não se pronunciou. Marcelo Daniel não foi localizado. As demais empresas não se pronunciaram.


CPI NÃO TEM QUÓRUM

Assim como aconteceu com a CPI da Petrobras do Senado, a comissão mista, que inclui deputados, não conseguiu reunir quórum para realizar votação de requerimentos. Era necessária a presença de 17 parlamentares, mas apenas 7 registraram presença.

Os deputados e senadores presentes decidiram prorrogar a CPI mista por 30 dias para compensar a paralisia do período eleitoral. Para a próxima semana, foi marcado o depoimento do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Para ouvi-lo, não é necessário haver quórum.

O presidente da CPI mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), lamentou as ausências dos deputados e defendeu a ampliação do prazo. (Colaborou Eduardo Bresciani)