terça-feira, 16 de setembro de 2014

Petrobras sobe quase 8% com especulação eleitoral, proporcionando forte alta à Bovespa

Rennan Setti e Ana Paula Ribeiro - O Globo

Ações do Banco do Brasil disparam mais de 5%

No sentido oposto ao dos principais mercados externos, a Bolsa brasileira opera com forte alta nesta terça-feira, com as ações da Petrobras disparando quase 8%. Entre os investidores circulam rumores de que pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial prevista para hoje mostrará reação de Marina Silva (PSB) nas intenções de voto. Às 12h, o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, operava em alta de 3,04%, aos 59.712 pontos. Já o dólar comercial registrava queda de 0,21%, a R$ 2,337 na compra e a R$ 2,339 na venda.

A maior contribuição positiva vem das ações da estatal Petrobras, a mais sensível aos rumores eleitorais. Os papéis da companhia avançam 7,55% (ordinária, com direito a voto) e 7,83% (preferencial, sem voto). A petrolífera recupera, assim, grande parte das perdas que registrou nas últimas duas semanas.

Os bancos, outro setor que costuma reagir ao cenário político, também operam com forte alta. O Banco do Brasil registra valorização de 5,40%, enquanto o Bradesco tem alta de 4,16% e o Itaú avança 4,44%. Na contramão, o Santander cai 1,18%.

— Hoje, as notícias corporativas não têm qualquer peso. O que está influenciando mesmo é a expectativa com a pesquisa Ibope, que, segundo os rumores, deve mostrar Marina Silva à frente de Dilma Rousseff em um segundo turno — afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.

A Oi sobe 3,31%, depois que o jornal italiano “Il Sole 24 Ore” publicar que o diretor-executivo da Telecom Itália (dona da TIM), Marco Patuano, estuda se unir à Oi, uma possível alternativa da proposta que a operadora brasileira tenta fazer pela TIM.

Apesar de operar em terreno positivo, investidores não descartam um pregão de grande volatilidade em relação às expectativas em relação a novas pesquisas eleitorais. O último levantamento, do Vox Populi, mostra um empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e a candidata do PSB, Marina Silva, nas simulações de segundo turno. A estabilização ou recuo das intenções de voto dos candidatos da oposição tem gerado um movimento de venda de ações, já que há o entendimento por grande parte do mercado de que uma mudança no governo poderia estimular a atividade econômica.

Outro fator que concentra as atenções é a reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), uma vez que é aguardada sinalizações de quando terá início o processo de aumento de juros nos Estados Unidos, o que deve retirar parte dos recursos dos mercados emergentes.

“Os investidores devem manter a cautela até que saibam o que se passa pela cabeça dos membros do Fomc em relação ao início do ciclo de aperto monetário, amanhã à tarde, com o fim da reunião de dois dias”, afirmaram, em relatório, os analistas da XP Investimentos.

MERCADOS GLOBAIS EM BAIXA

Na Europa, as ações caem com especulações de que o aumento de juros nos EUA virá antes do previsto e com a incerteza gerada pelo referendo sobre a independência escocesa. O índice DAX, de Frankfurt, opera em queda de 0,41%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, recua 0,53% e o FTSE, de Londres, cai 0,44%.

Em Wall Street, as Bolsas também caem. O índice Dow Jones tem recuo de 0,24%, enquanto o S&P 500 tem baixa de 0,07%. A Bolsa eletrônica Nasdaq cai 0,28%.