Jornal Nacional - TV Globo
Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, Carlos Alberto Pereira da Costa disse que Alberto Youssef era responsável pelo caixa dois do Partido Progressista (PP).

O advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, um dos investigados na Operação Lava-Jato, falou com exclusividade ao Jornal Nacional sobre a ligação de políticos com o doleiro Alberto Youssef, que está preso em Curitiba. Carlos Alberto é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Preso desde março, foi solto na última segunda-feira (15).
Vídeo Jornal Nacional http://migre.me/lNL0v
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Carlos Alberto Pereira da Costa disse que foi chamado pelo doleiro Alberto Youssef para abrir a empresa GFD Investimentos, investigada pela Polícia Federal por receber milhões de reais de origem duvidosa de construtoras que tinham contratos com a Petrobras. Carlos Alberto disse que foi apresentado a Youssef pelo ex-deputado federal do PP do Paraná José Janene, que morreu em 2010 e era um dos réus do Mensalão do PT.
"O papel do Alberto Youssef, segundo me relatou o deputado José Janene, era ser o responsável pelo caixa dois do José Janene. Eu sei que, mesmo depois do falecimento do deputado José Janene, o senhor Alberto Youssef ainda continuou à frente de cuidar da questão do caixa. Ele fazia o caixa dois do partido PP", contou Carlos Alberto.
Carlos Alberto contou que sete parlamentares frequentavam os escritórios de Alberto Youssef e da GFD.
Jornal Nacional: Todos deputados?
Carlos Alberto Pereira da Costa: Deputados. Deputados federais.
Jornal Nacional: Todos ligados ao governo?
Carlos Alberto Pereira da Costa: Todos ligados à bancada do governo.
Jornal Nacional: Do PT ou de outros partidos também?
Carlos Alberto Pereira da Costa: De outros partidos.
Jornal Nacional: O senhor pode dizer quais?
Carlos Alberto Pereira da Costa: Não. Ainda está sob sigilo, então prefiro não mencionar.
Carlos Alberto Pereira da Costa: Deputados. Deputados federais.
Jornal Nacional: Todos ligados ao governo?
Carlos Alberto Pereira da Costa: Todos ligados à bancada do governo.
Jornal Nacional: Do PT ou de outros partidos também?
Carlos Alberto Pereira da Costa: De outros partidos.
Jornal Nacional: O senhor pode dizer quais?
Carlos Alberto Pereira da Costa: Não. Ainda está sob sigilo, então prefiro não mencionar.
O único nome de parlamentar citado pelo advogado foi o do deputado Luiz Argôlo, do Solidariedade da Bahia, que, segundo Carlos Alberto, frequentava a empresa do doleiro.
“Ele ia e tinha uma permanência. Permanência não, uma periodicidade talvez, mensal. Ia sempre na GFD”, afirma Carlos Alberto.
Carlos Alberto disse também que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teve vários encontros com o doleiro Alberto Youssef.
“Eu o vi talvez duas, três ou quatro vezes. Eles se reuniam em sala fechada. Eu só o via passando. Sabia que era o Paulo, o diretor da Petrobras, mas não sabia a que se deviam essas reuniões, quais os objetivos dessas reuniões que eles tinham”, lembra Carlos Alberto.
Carlos Alberto Pereira da Costa foi solto na última segunda-feira (15) por ter colaborado espontaneamente com as investigações. Ele não fez acordo de delação premiada, mas decidiu contar o que sabe, sem ter garantia de redução de pena.
A assessoria do deputado Luiz Argôlo informou que o parlamentar já se defendeu no Conselho de Ética e que não vai comentar as novas declarações.
O Jornal Nacional tentou falar com a advogada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas ela não retornou as nossas ligações.
O Partido Progressista (PP) declarou que desconhece as denúncias e que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.