sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Escoceses rejeitam a independência com 55,42% dos eleitores

Líder nacionalista reconheceu a derrota em plebiscito

 
O primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, reconheceu a vitória do "Não" no plebiscito - RUSSELL CHEYNE / REUTERS

 
EDIMBURGO - A Escócia rejeitou a independência e continuará a pertencer no Reino Unido, segundo resultados da apuração de 31 das 32 seções eleitorais, informou a rede BBC na madrugada desta sexta. Na ausência de resultados definitivos, os sindicalistas superaram largamente os 1.852.828 votos necessários para a vitória. O "não" obteve 1.914.187 votos, ultrapassando os 1.852.828 votos necessários para se vencer o referendo, com a proposta de independência sendo rejeitada por 55,42% dos eleitores.

O primeiro-ministro da Escócia e líder nacionalista, Alex Salmond, admitiu a derrota:

— Não haverá voto da maioria. Aceito o veredicto e enfrento as consequências do resultado — disse o primeiro-ministro da Escócia e líder dos separatistas, Alex Salmond.

Salmond acrescentou que espera que Londres cumpra seu compromisso de entregar poderes adicionais à Escócia de maneira mais rápida.

O "sim" à independência tinha tudo para ter uma vitória esmagadora em Glasgow, mas venceu por 54,5% dos votos contra 46,5%. A participação no capital industrial foi de 75%, nove pontos a menos do que a média (84%).

O primeiro-ministro britânico David Cameron também disse em sua página oficial no Twitter: "Falei com Alistair Darling (chefe da campanha do não) e o felicitei pela boa campanha."

Como era esperado, Edimburgo votou contra a independência e Glasgow a favor, mas os separatistas precisavam de uma vantagem muito maior neste último condado para a reverter uma tendência que foi adversa para eles desde que começaram a ser anunciados os resultados.

A taxa de participação foi maciça, e poderia se situar em 90% dos 4,3 milhões de eleitores que se registraram para votar (de uma população de 5,3 milhões).

O debate sobre se deve ou não colocar um fim a 307 anos de história comum suscitou paixões. O temor do impacto econômico da separação, alimentada pela transferência para a sede londrina de bancos como o Royal Bank of Scotland, na véspera do referendo, acabou freando a opção da independência.

Espera-se que o primeiro-ministro David Cameron se dirija em breve ao país para avaliar os resultados que se fossem opostos poderiam ter lhe custado a cabeça.
 
Mas nas vésperas do referendo, David Cameron, conservador, e seu aliado do governo, o liberal Nick Clegg, e o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, se comprometeram, por escrito, a iniciar nesta sexta o processo de ampliação das competências;

"Os novos poderes extensos serão concedidos por um processo e um calendário acordado pelos nossos três partidos, começando em 19 de setembro", dizia o texto.

"Estamos de acordo que o Reino Unido existe para garantir oportunidades e segurança para todos compartilhando nossos recursos de forma equitativamente entre as quatro nações", Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia, acrescenta o texto.