Cássio Bruno - O Globo
Candidato petista anuncia que terá a imagem do ex-governador do PDT em seu material de campanha
Candidato ao governo do Rio pelo PT, o senador Lindbergh Farias recebeu nesta quinta-feira, em um hotel no Centro, o apoio da família do ex-governador Leonel Brizola (PDT), morto em 2004. Ao lado do ex-ministro do Trabalho Brizola Neto, Lindbergh anunciou que esta incluído em seu programa de governo o projeto dos Cieps com horário integral, criado durante a administração de Brizola, na década de 1980.O petista atacou também o movimento “Aezão”, criado pelo PMDB fluminense para pedir votos para o governador Luiz Fernando Pezão e para o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB). O “Aezão”, marcado para esta quinta-feira, foi cancelado por causa das chuvas.
Para uma plateia formada por militantes do PT, do PDT e de movimentos estudantis, Lindbergh afirmou que vai confeccionar materiais de campanha, como panfletos, placas e santinhos, com as imagens de Brizola e do ex-presidente Lula.
No Rio, o PDT fazia parte da chapa de Pezão. No entanto, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, rompeu com o PMDB após os peemedebistas lançarem o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) como candidato ao Senado. Com isso, Lupi lançou sua candidatura avulsa a Senador, e o PDT ficou sem a formalização de apoio ao governo.
— Estou convencido que temos o apoio da militância do PDT, unificando o nosso campo popular. Queremos retomar a história de Leonel Brizola — discursou Lindbergh.
Mais cedo, Pezão participou de um café da manhã com deputados e candidatos do PDT. Antes do rompimento com os pedetistas, Pezão tinha em sua chapa como vice o deputado estadual Felipe Peixoto. Agora, o nome oficializado é do Senador Francisco Dornelles (PP).
Ao falar sobre o “Aezão”, Lindbergh disse que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, será traída pelo PMDB no estado. Segundo o petista, a “artilharia” dos adversários será usada em favor de Aécio.
— Dilma sofrerá uma traição no Rio. Toda a artilharia de campanha do PMDB será para o Aécio. Mas se o Aécio pensa que vai ganhar a eleição, ele se juntou com o que há de pior na política do Rio, com a mais velha forma de se fazer política — criticou o candidato.
Brizola Neto, por sua vez, ressaltou que a candidatura de Lindbergh é uma “alternativa real, verdadeira”, e que recompõe o campo progressista, popular e da esquerda. Citando o avô Brizola, o ex-ministro também criticou o governo Sérgio Cabral:
— O PDT está em um descaminho. Aquela aliança que o partido tentou fazer com o PMDB de Pezão contrariava o legado de Leonel Brizola no Rio de Janeiro — afirmou Brizola Neto, adversário de Carlos Lupi dentro do PDT.
O evento contou ainda com a participação do ex-secretário de saúde do governo Brizola, Eduardo Costa, da deputada federal Benedita da Silva (PT), da deputada estadual Inês Pandeló, do ator Tônico Pereira e do candidato a vice na chapa, Roberto Rocco (PV). No fim, foi executado o hino da independência, como pedia Leonel Brizola durante as cerimônias das quais participava.
Na noite desta quinta, Lindbergh também se encontrou com o governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio, no Centro. Os dois participarão do debate “Governo Participativo e Transparência”.