quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ata do Copom eleva projeção para a inflação em 2014 e 2015

Laís Alegretti, Adriana Fernandes, Victor Martins - Agência Estado e Reuters                           

                                                          

Segundo o Banco Central, inflação permanece acima do centro da meta do governo, de 4,5%; autoridade sinalizou que não deve reduzir a taxa Selic nas próximas reuniões do Copom


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BC aumentou de 11,5% para 14% a estimativa de aumento nos preços de eletricidade em 2014



BRASÍLIA - Na mesma semana em que a prévia da inflação aponta para um IPCA acima do teto da meta do governo, de 6,5%, em 12 meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) revisou suas projeções e agora acredita que a alta dos preços em 2014 e 2015 será maior do que o previsto anteriormente. Com isso, o BC sinalizou que não deve reduzir a taxa básica de juro Selic em suas próximas reuniões.

Na ata do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 24, o Banco Central aumentou a projeção para o IPCA de 2014 no cenário de referência em relação ao valor considerado na reunião de maio e a estimativa permanece acima do centro da meta de 4,5%.

No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2014 também subiu em relação ao valor considerado na reunião de maio e permanece acima da meta para o IPCA. Para 2015, nos cenários de referência e de mercado, a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião de maio e também permanece acima do centro da meta.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de junho, o BC informou que a expectativa de inflação ao final de 2014, pelo cenário de referência, era de 6,4%, embora já considerasse os juros em 11% ao ano. No cenário de mercado, a projeção do RTI para o final de 2014 era também de 6,4%.

Energia. O Banco Central passou a considerar um impacto maior das tarifas de energia na inflação até o fim do ano. O Copom aumentou de 11,5% para 14% a estimativa de aumento nos preços de eletricidade em 2014. O BC considera, ainda, que ocorrerá redução de 3,8% nas tarifas de telefonia fixa. A avaliação na ata passada era de que haveria retração de 4,2%.

A projeção de reajuste dos preços administrados para 2014 foi mantida em 5%. Segundo a ata da última reunião, a projeção para este ano considera variações de preços, ocorridas até junho, de 0,7% no preço da gasolina e de 0,7% no gás de bujão.
Na ata referente à reunião anterior esses valores eram, respectivamente, de 1,8% e 0,5%, considerando variações ocorridas até abril. Para 2015, a projeção de reajuste dos preços administrados subiu de 5% para 6%. E, desta vez, o Banco Central incluiu a projeção de alta de reajuste dos administrados para 2016, que ficou em 4,8%. 
Juro. O Banco Central sinalizou na ata que a inflação tende a entrar em convergência para a meta dentro de um cenário de política monetária que não inclui redução da Selic.
"Antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias --isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária-- tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção", afirmou o BC.