O rivaroxabana, utilizado para prevenir e tratar tromboses, por exemplo, teve o maior aumento, de 359%
Um levantamento da CliqueFarma/Afya mostra que em 2024 os medicamentos tiveram alta significativa nos preços, de até 360%. Os dados foram compilados pelos Poder360.
O rivaroxabana, utilizado para prevenir e tratar tromboses, teve o maior aumento, de 359%. A prednisolona, corticosteroide para inflamações e doenças autoimunes, subiu 340%. A tadalafila, usada para disfunção erétil, registrou alta de 328%.
Esses aumentos são atribuídos a fatores econômicos, como inflação e câmbio, além de desafios logísticos, como a cadeia de suprimentos e o custo dos insumos. A alta demanda e a baixa concorrência em certos medicamentos também influenciaram os preços.
“Muitos desses medicamentos são para condições críticas, o que os torna mais suscetíveis a variações de preços”, afirmou a CliqueFarma/Afya. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou em 2024 um reajuste de até 4,5% nos preços.
Esse índice considera inflação, produtividade industrial, variação cambial e tarifas de energia elétrica, seguindo uma metodologia em vigor desde 2005. Dessa forma, os aumentos observados excedem a autorização da CMED. Os valores praticados no mercado mostraram-se descompassados em relação aos parâmetros regulatórios, evidenciando a pressão de fatores externos sobre o controle de preços estabelecido.
SUS não disponibilizou 76 medicamentos e procedimentos incorporados desde 2018
A insulina análoga de longa ação, indicada para o tratamento do diabetes tipo 1, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019. De acordo com a legislação, o medicamento deveria estar disponível em 180 dias. No entanto, mais de 2 mil dias depois, pacientes ainda não têm acesso ao medicamento na rede pública
Uma análise realizada pela jornal Folha de S.Paulo revelou que esse não é um caso isolado. Pacientes enfrentam dificuldades para acessar medicamentos e procedimentos no SUS. Atualmente, o Ministério da Saúde não disponibiliza 76 itens que foram aprovados para incorporação ao sistema. Desses, 64 já ultrapassaram o prazo legal de 180 dias.
Esse problema persiste ao longo de diferentes gestões do Ministério da Saúde e continua sem solução sob a liderança da ministra Nísia Trindade. A lista inclui medicamentos contra câncer, diabetes, hepatites e doenças ginecológicas, além de exames, testes e implantes.
Revista Oeste